Dando sequência à Agenda Ambiental para o governo federal em 2019, vamos falar hoje sobre saneamento básico. Pesquisa realizada pelo IBGE em 5.507 municípios mostra que apenas 65,9% das casas estão ligadas à rede geral de esgoto. A pesquisa mostrou que 82,6% dos domicílios brasileiros são atendidos por coleta de lixo. Na região Norte, esse porcentual cai para 70,2% e na região Nordeste, para 67,5%. Nesse cenário, apenas 41,5% dos municípios afirmaram possuir um Plano Municipal de Saneamento Básico.
Um grande desafio para o novo governo será justamente tomar medidas eficientes para o problema. O que pode diferenciar de ações de mandatos antecessores é enxergar o saneamento básico como algo maior do que coleta de lixo e água tratada. O Jornal da USP No Ar conversou com o professor Pedro Luis Côrtes, da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP e do Programa de Pós-Graduação em Ciência Ambiental do Instituto de Energia e Ambiente (IEE) da Universidade de São Paulo. Ele também participa do Projeto Temático Fapesp: Governança ambiental da macro metrópole paulista face à variabilidade climática.
O especialista afirma que continuar velando o problema, que é bem mais abrangente do que a discussão sobre ele, gera maiores perdas. “Aqueles recursos que não são investidos em saneamento acabam sendo gastos em tratamentos de doenças causadas pela falta de saneamento.” Além disso, os estragos atingem a população e o meio ambiente através do esgoto coletado e que é lançado em rios.
A questão do saneamento é algo recorrente e ainda presente por conta da falta de planejamento de diversos governos. Ainda hoje, persistem os lixões em algumas cidades onde não foram implantados os aterros sanitários, conforme a Lei de Resíduos Sólidos de 2010.