“Esperamos que os graves dados que essa publicação revela impulsionem políticas públicas para reduzir, urgentemente, o plástico nas suas muitas formas no ambiente, e restaurar a saúde dos nossos oceanos e de toda a biodiversidade marinha”, frisou, em comunicado, a analista de campanhas da Oceana, Iran Magno.
Ao todo, de acordo com o relatório “Fragmentos da Destruição: impactos do plástico à biodiversidade marinha brasileira”, o Brasil despeja aproximadamente 1,3 milhão de toneladas desses resíduos no oceano anualmente. Este número coloca o país líder na América Latina e o oitavo a nível global.
“Além deste estudo nos ajudar a dimensionar melhor o tamanho e a dinâmica do problema, é fundamental também entender que o plástico que polui nossos mares chega lá por conta de um modelo de produção e descarte que precisa ser urgentemente substituído”, detalhou o diretor-geral da Oceana, Ademilson Zamboni.
Os microplásticos “já fazem parte da dieta humana, sendo encontrados em nove das dez espécies de peixes mais consumidos globalmente”, sendo que no caso no Brasil, essa contaminação foi detetada também em peixes de riachos da Amazónia, onde 98% dos peixes analisados continham plástico no intestino e nas brânquias, lê-se no relatório.
Os responsáveis da ONG alertaram ainda que, apesar destes elevados números, o país ainda não possui “nenhuma legislação específica que regule essa produção, nem mesmo em relação aos problemáticos itens descartáveis”. Por essa razão, apelam para a aprovação no congresso do projeto de lei que estabelece regras relativas à economia circular do plástico.