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Brasil inaugura posto de hidrogênio limpo de olho no 'petróleo do futuro' (180 notícias)

Publicado em 26 de fevereiro de 2025

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Elemento químico mais abundante do Universo, o hidrogênio logo se tornará presença comum no setor de transportes, onde é tido como um dos salvadores de caminhões elétricos, barcos e aviões. Mas é graças ao etanol que o Brasil pode fazer bastante dinheiro na venda como combustível, e a nossa primeira fábrica de H2 a partir do álcool acaba de ser inaugurada.

A planta, que também é um posto de abastecimento, fica no campus Butantã da Universidade de São Paulo, na capital paulista. O projeto começou há dois anos, com apoio de Shell, Toyota e outras empresas e órgãos estatais. Desde então, foram investidos R$ 50 milhões e mais parceiros aderiram à ideia promissão. A produção já está ocorrendo desde meados de fevereiro.

O volume ainda é pequeno: cerca de 100 kg de hidrogênio por dia. Parece pouco, mas serve para abastecer três ônibus urbanos que circulam no campus, um rodoviário com 450 km de autonomia e dois carros.

Os automóveis, no caso, são o Toyota Mirai e Hyundai Nexo, vendidos em série no exterior e importados para auxiliar nas pesquisas.

Por que o etanol?

O H2 utilizado no setor de transportes pode ser obtido de duas duas formas — eletrólise e reforma a vapor.

Na eletrólise, a eletricidade separa os átomos de hidrogênio da molécula de água, mas consumindo enormes quantidades de energia para tal. É uma solução interessante para lugares como o Piauí, que aproveitará a abundância de energia solar para criar um polo exportador desse produto, que é o verdadeiro hidrogênio verde por definição técnica.

A reforma a vapor, por sua vez, é o processo mais comum no mundo e consiste em aquecer gás natural e água a temperaturas de até 1000° C. Essa mistura, na presença de um catalisador, resulta em gás hidrogênio, mas também gera CO2 e perde eficiência por conta do combustível necessário ao aquecimento.

A reforma a vapor com etanol é a queridinha dos cientistas porque o álcool diminui para cerca de 750° C a temperatura da reação, e sua própria queima e dos seus resíduos contribuem no aquecimento. Dessa forma, a eficiência dispara e o CO2 liberado no processo já está "pago" pelo gás carbônico capturado enquanto a cana-de-açúcar crescia.

"O fomento dessa tecnologia pode trazer benefícios enormes para a indústria brasileira", diz o professor Julio Meneghini, diretor científico do Centro de Pesquisa e Inovação em Gases de Efeito Estufa da USP (RCGI, na sigla em inglês), responsável pelo projeto. "O Brasil tem condições únicas para esse desenvolvimento, considerando nossa infraestrutura já consolidada para o etanol."

Mercado consumidor gigante

Com a imensa dificuldade em encontrar combustíveis limpos que sejam viáveis em navios, caminhões e aviões, o H2 vem ganhando força. Até 2030, esse mercado movimentará cerca de US$ 300 bilhões por ano, estima a consultoria GVM. Nas décadas seguintes, a tendência é que isso só aumente, tanto pelo crescimento da frota quanto pelo uso em outras áreas.

As possibilidades são imensas, e a Toyota vai além dos carros ao tocar o projeto Woven City: uma cidade de 70 hectares que vem sendo feita no pé do monte Fuji e usará hidrogênio para ser extremamente ecológica. O CEO da Hyundai, por sua vez, se encontrou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e anunciou R$ 5,4 bilhões em investimentos que incluem o jeito brasileiro de fazer hidrogênio.

"A tecnologia contribuirá para consolidar o País como um dos líderes mundiais na produção de energia limpa, reduzindo a dependência de combustíveis fósseis e impulsionando diversos setores econômicos de maneira sustentável", completa Meneghini.

Com a faca e o queijo na mão, não faltam interessados no projeto brasileiro, que já foi visitado pelo Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e pelo Governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas . Entre as empresas parceiras, a Hyundai se juntou à iniciativa no meio do caminho, assim como a Marcopolo, com seu ônibus rodoviário.

Os próximos passos envolvem analisar o funcionamento da instalação, que produz o hidrogênio e já abastece os veículos de maneira bem semelhante a um posto de gasolina.

Entre outros aspectos, os cientistas analisarão o rendimento do processo em termos físico-químicos. A Shell, por sua vez, está interessada em saber se, nos postos de H2 do futuro, compensará mais a produção no local ou o transporte do hidrogênio vindo de grandes fábricas a base de etanol.

"Se conseguirmos oferecer uma energia mais barata e com menor pegada de carbono, certamente seremos lideranças mundiais", declarou o reitor da USP, Carlos Gilberto Carlotti, que também está animado. "Grandes avanços tecnológicos começaram dessa forma: com pesquisa acadêmica transformada em inovação para a sociedade."