Agência FAPESP
Está no ar o novo site MonitorAids, criado para monitorar índices relacionados à evolução da Aids no Brasil e divulgá-los para a população. A página traz indicadores como número de preservativos vendidos por ano no Brasil, gastos anuais do Governo Federal para prevenção e assistência a pacientes com Aids e taxas de mortalidade infantil de crianças contaminadas.
Além disso, os interessados poderão saber o percentual da população urbana infectada pelo vírus HIV e o número de indivíduos indígenas vulneráveis a infecções sexualmente transmissíveis. Características sobre o comportamento sexual dos brasileiros também estão disponíveis no sistema. O site mostra, por exemplo, que enquanto 96% da população com idade entre 15 e 54 anos reconhece o uso do preservativo como forma de prevenção, apenas 38% dos indivíduos sexualmente ativos se protegem ou dizem ter se protegido durante as relações sexuais.
O MonitorAids apresenta ainda os números de 2002 referentes à transmissão vertical do vírus, ou seja, de mãe para filho. Apesar de 67% dos brasileiros demonstrarem saber corretamente os riscos de infecção pelo HIV durante a gravidez, a média de transmissão do vírus de mãe para filho é de 7%, variando entre as regiões do País. Enquanto no Sul e Centro-Oeste essa taxa é de 6%, no Nordeste aumenta para 11% e no Norte chega a 15%.
A iniciativa pertence ao Cict (Centro de Informação Científica e Tecnológica) da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), do Rio de Janeiro e visa levantar e organizar as informações para a comunidade. "As estatísticas servem não só para mensurar a efetividade das ações implementadas pelo programa nacional de combate à Aids, como também para subsidiar novas políticas de prevenção a infecções sexualmente transmissíveis", disse Célia Szwarcwald, coordenadora do site e pesquisadora do departamento de Informação em Saúde do Cict/Fiocruz.
Segundo Célia, a divulgação via Internet desse tipo de informação é importante para fornecer aos pesquisadores de todo o País e parceiros do programa nacional os resultados das medidas que estão sendo tomadas pelo Ministério da Saúde. "A partir do monitoramento dos indicadores nacionais, é possível entender geograficamente não apenas o comportamento da doença como identificar falhas e problemas locais relacionados com a prevenção", explica Célia.
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