A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) formalizou um pedido ao Ministério da Saúde para o desenvolvimento de uma vacina contra a dengue no Brasil. Caso seja aceito, o país passará a produzir a vacina Qdenga, desenvolvida pela empresa japonesa Takeda, por meio de um acordo de transferência de tecnologia na modalidade Parceria para o Desenvolvimento Produtivo (PDP). Essa iniciativa foi confirmada tanto pela Takeda quanto pela Fiocruz, que afirmaram que mais detalhes serão divulgados após a avaliação da proposta encaminhada.
O Ministério da Saúde já havia anunciado a compra de quatro milhões de doses da vacina da Takeda em 2024, e um contrato para a distribuição de nove milhões de doses para o ano seguinte. Esses números refletem a gravidade da situação da dengue no país, com milhões de casos prováveis e milhares de mortes confirmadas e em investigação.
A vacina Qdenga, aprovada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), é uma vacina viva atenuada que contém versões enfraquecidas dos quatro sorotipos do vírus da dengue. A OMS recomenda a aplicação da vacina em crianças e adolescentes entre 6 e 16 anos, em regiões com alta transmissão da doença, seguindo um esquema de duas doses com três meses de intervalo, conforme adotado atualmente no Brasil.
Além da Qdenga, o Instituto Butantan também está desenvolvendo uma vacina contra a dengue, com previsão de submissão do pedido de registro à Anvisa ainda neste ano. A vacinação com a Qdenga já começou na rede pública de saúde em fevereiro, priorizando crianças e adolescentes de 10 a 14 anos de idade, devido à limitação de doses fornecidas pelo fabricante.
Com a incorporação da vacina no SUS e a busca por novas alternativas de imunização, o Brasil espera combater de forma mais eficaz a dengue, reduzindo o impacto da doença na população e melhorando a saúde pública no país. A iniciativa de desenvolvimento nacional de uma vacina contra a dengue representa um avanço significativo no enfrentamento dessa grave enfermidade.