Pesquisadores da Universidade de Leeds, no Reino Unido, divulgada no início do mês, estimam que mais de 52 milhões de toneladas de resíduos plásticos são despejados no meio ambiente todos os anos. O Brasil integra a lista na oitava posição, com o descarte anual de 1,4 milhão de toneladas de plástico.
A captação de dados foi feita a partir da análise de informações sobre resíduos em mais de 50 mil áreas municipais ao redor do mundo, tendo o ano de 2020 como referência, através do software de Machine Learning, utilizado para criar uma linha de produção de resíduos plásticos.
O estudo foi publicado pela revista Nature e mostra que os maiores focos de poluição plástica ainda estão na Índia, seguido pela Nigéria e Indonésia com 9,3 milhões, 3,5 milhões e 3,4 milhões de toneladas descartadas anualmente.
Entre 1% e 1,5% dos plásticos rígidos e 8% e 13% dos plásticos flexíveis e multimateriais depositados em locais de descarte não controlados atingiriam o ambiente aquático a cada ano. Os países em desenvolvimento estão se tornando os principais focos de poluição por plástico, conforme pesquisa. Somado a isso, 70% desse total é proveniente de apenas 20 países, onde uma quantidade de lixo plástico gerado supera a capacidade de tratamento e gestão
Microplástico é encontrado pela primeira vez em cérebro humano
Uma pesquisa brasileira encontrou microplásticos em cérebro humano. O estudo feita Universidade de São Paulo (USP) em parceria com a Universidade Livre de Berlim, analisou 15 pessoas mortas e detectou resíduos de microplástico em pelo menos, 8 desses cérebros.
O que são essas partículas? Ao longo da decomposição e em alguns processos, ele vai se transformando em partículas minúsculas, que são os microplásticos. O achado abre um novo capítulo da discussão sobre a contaminação por esse tipo de resíduo.
“A gente já sabe que eles são prejudiciais para a saúde, só não sabemos em que dimensão no nosso sistema nervoso. Mas esse é um alerta às autoridades” , disse Thais Mauad, médica, pesquisadora da USP e líder do estudo. Os resíduos são descartados em cerca de 22 milhões de toneladas por ano em todo mundo.
Antes, não se compreendia totalmente os efeitos de longo prazo dos microplásticos na saúde, e estudos preliminares indicavam que eles podem contribuir para a disseminação de doenças, alterar a química do sangue e influenciar a memória. As pesquisas recentes já encontraram essas partículas nos oceanos, nos peixes que comemos, na água e também no ar.
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Beatriz Bruno