É o segundo pedido de comunhão e, desta vez, parece que vai ser aceito. O Instituto Nacional do Câncer (NCI), dos Estados Unidos, está propondo parceria à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e ao Instituto Ludwig de Pesquisa sobre o Câncer para trabalhar no que seria a segunda fase do projeto genoma, chamada transcriptoma.
Os detalhes da união estão em negociação e devem estar concluídos até o final deste mês, afirma José Fernando Perez, diretor científico da Fapesp. O convite foi feito há cerca de duas semanas, quando Robert Strausberg, coordenador da área de genoma do câncer do NCI, visitou o Brasil. O objetivo será partilhar informações e trabalhar em conjunto para identificar a função dos genes. Em princípio, cada parte trabalhará em seu próprio país. A vantagem é que os esforços de decodificação não estarão sendo duplicados.
"Somos um dos maiores contribuintes de seqüências de genes expressos para o projeto genoma, só ficamos atrás da Washington University", diz Perez. Este ano, com a finalização do sequenciamento da Xylella fastidiosa, bactéria que ataca os laranjais, e o reconhecimento sobre o método empregado para analisar alguns tipos de câncer, o País passou a fazer parte definitivamente, e com louvor, do primeiro time de pesquisa genômica do mundo. Quando foi convidada pela primeira vez, em 1998, pelo Instituto Nacional do Câncer, a Fapesp ousou e preferiu seguir caminho próprio, mesmo antes de ser reconhecida mundialmente. Agora, Perez acredita que a união pode garantir uma visibilidade benéfica para o projeto.
Notícia
Gazeta Mercantil