- A redução das emissões de gases, desde o ano de 1992, passou a preocupar acentuadamente as nações europeias. Diversas medidas foram adotadas. Entre elas: o isolamento térmico dos edifícios, a fabricação de eletrodomésticos mais eficientes e, notadamente, a produção e uso de energias mais limpas e renováveis no Balanço Energético dos Países: biomassa, solar e eólica. Contudo, como salienta o prof° José Goldemberg, presidente da Fapesp, os 27 países da União Europeia respondem por apenas 14% das emissões mundiais, de modo que mesmo a sua meta de reduzi-la, ainda mais até 2030, não é suficiente para resolver os problemas globais.
Os chineses são os maiores emissores do universo, com 20% do computo geral. Com seu excepcional desenvolvimento econômico, a China passou a desdenhar as medidas necessárias, a fim de reduzir a sua poluição. O uso excessivo do carvão mineral colaborava para isto. Contrariamente à nossa vocação tradicional de produção de energias limpas e renováveis, substituímos as usinas hídricas pelas térmicas, movidas a derivados de petróleo e gás natural importado, "carbonizando" a matriz elétrica nacional, exaltada internacionalmente.
Na colheita da cana, deixamos de queimar a palha, aumentando o potencial energético das usinas de açúcar e etanol do País. A aludida energia, gerada a partir da biomassa da cana, é competitiva com a elétrica, como é disponibilizada próxima aos principais consumidores. O etanol extraído da cana de açúcar, diante da falta de adequada diretriz governamental, perdeu a competição com o igual produto americano, retirado do milho. Dezenas de indústrias sucroalcooleiras, por falta de preços remuneradores, fecharam as suas portas. Aumentamos nossas importações do petróleo cru e dos derivados. Na Conferência do Clima (COP-21), no ano passado, o Brasil participou dos debates da questão, assumindo posição proeminente, como fizera na Eco.
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Conselheiro e diretor da FIESP-CIESP
Luiz Gonzaga Bertelli