Com recursos não reembolsáveis do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no valor de R$ 15,2 milhões, oriundos do BNDES Fundo Tecnológico (Funtec), o Instituto Butantan dará seguimento aos estudos que buscam o desenvolvimento de um medicamento biotecnológico para o tratamento de câncer.
Segundo informou o banco, por meio de sua assessoria de imprensa, o medicamento é inovador no mundo e se baseia em estudos feitos a partir da genética do carrapato Amblyoma cajannense, que detectaram a existência de uma proteína na saliva do parasita que tem ação anticoagulante, com potencial anticancerígeno.
A coordenadora do estudo no Instituto Butantan, doutora Ana Marisa Chudzinski-Tavassi, disse que toda a pesquisa básica para a descoberta da molécula, entendimento do mecanismo de ação e obtenção dessa mesma molécula em escala laboratorial, já foi feita no Laboratório de Bioquímica e Biofísica do instituto.
A operação contou com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). A entidade contribuiu ainda para as etapas que resultam na execução de testes, bem como para a implantação de infraestrutura. Os recursos do BNDES permitirão que a molécula seja obtida por meio de protocolos escalonáveis. As experiências conduzidas até agora resultaram na obtenção da molécula na forma recombinante, ressaltou a coordenadora da pesquisa.
Indagada sobre os tipos de cânceres que poderão ser tratados com o medicamento, Ana Marisa informou que as primeiras experiências em camundongos mostraram que houve regressão de células tumorais e tumores do tipo melanoma, entre os quais se incluem tumores de pele, rins, pâncreas e mama.
Pesquisa com molécula tem patente dividida- A União Química Farmacêutica Nacional, parceira do Instituto Butantan no projeto, deverá desenvolver as fases de produção industrial e fases clínicas, em caso de sucesso das pesquisas. A União Química é cotitular da patente e detém o licenciamento para comercialização, informou a empresa, por meio de sua assessoria de imprensa. Outro parceiro é o Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT), que participará do protocolo de produção.
Ana Marisa disse, ainda, que a molécula já tem patente concedida em diversos países, entre os quais os Estados Unidos, o Japão, a Austrália e a China, além do bloco da União Europeia.
Agência Brasil