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Brasil ainda tem chance de cumprir metas internacionais de redução de gases de efeito estufa (16 notícias)

Publicado em 21 de agosto de 2024

Um estudo publicado na revista Perspectives in Ecology and Conservation aponta que o Brasil ainda tem chance de cumprir metas internacionais de redução de gases de efeito estufa. A publicação está assinada por pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).

O texto apresenta os desafios e soluções para a redução das emissões de CO2 no país. Então, para cumprir as metas internacionais, o Brasil precisa “ajustar as ações socioambientais, fortalecer políticas de proteção das florestas, controlar o desmatamento ilegal e restaurar os biomas”.

Os cientistas argumentam acerca da necessidade de serviços ambientais pagos em todos os biomas – Cerrado, Pantanal, Pampa, Caatinga, Amazônia e Mata Atlântica – para incentivar a bioeconomia. Além disso, apontam a necessidade de atrair investimentos para restauração de áreas degradadas e a criação de novas áreas de proteção ambiental.

Metas do Brasil Pesquisadora do Inpe, Débora Joana Dutra afirma que os cientistas envolvidos quiseram evidenciar a relação dos problemas ambientais do país com as possibilidades de cumprir os compromissos assumidos perante o mundo.

“Quisemos mostrar o panorama de desmatamento, degradação e restauração dos biomas e suas relações com as metas globais do Brasil. Destacamos pontos importantes nesse processo para que o país busque o desenvolvimento sustentável”, diz.

No Brasil, as emissões são originadas em atividades importantes como o desmatamento para o uso agropecuário. Mas como o país é um dos 190 que assinaram o Acordo de Paris, em 2015, ele precisa reduzir em 53% suas emissões de gases até 2030.

O Acordo de Paris determina que os países adotem metas para conter o aumento da temperatura média global em até 1,5°C em relação aos níveis pré-industriais (anos 1850-1900).

Dificuldades A expectativa dos países é que a meta seja revisada na COP 30, em Belém (Pará), em 2025. Enquanto isso não acontece de fato, o Brasil precisa desenvolver ações com as metas já estabelecidas. No artigo, os pesquisadores apontam o controle do desmatamento nos biomas como um dos principais desafios.

Segundo eles, os 2,8 milhões de hectares desmatados somente em 2022 representaria 23% da meta de restauração do país. A degradação é puxada pelos biomas Amazônia e Cerrado. Além disso, eles apontam que cerca de 16 milhões de hectares em áreas de reserva legal em propriedades rurais precisam de restauração florestal. A maior parte deles estão nos dois biomas citados acima.

Luiz Aragão, pesquisador do Inpe, chama atenção para a degradação, porque afeta os serviços ecossistêmicos, como a ciclagem de água e a biodiversidade. Consequentemente, as pessoas perdem a qualidade de vida.

“A sociedade tem de encarar o problema não só do ponto de vista ambiental, mas sim socioeconômico. Está tudo ligado. Isso porque o desmatamento, por exemplo, é indutor do fogo, que por sua vez traz problemas de saúde para a população e degrada a floresta”, diz.

*Com Agência FAPESP

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável ( ODS ), da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). Nesta matéria, o ODS 13 – Ação Global Contra a Mudança Climática.