Segundo disse o secretário estadual de saúde de São Paulo, Eleuses Paiva, em entrevista ao Estadão , o Instituto Butantan possuirá capacidade inicial para produzir 10 milhões de doses de sua vacina contra a dengue. O imunizante está em fase final de testes e deve chegar ao mercado no próximo ano. A vacina, comparável em eficácia à da fabricante japonesa Takeda, tem duas grandes vantagens: é de dose única e produzida nacionalmente. Entretanto, a limitada produção tanto do Butantan quanto da Takeda sugere que a vacinação em massa ainda pode enfrentar desafios. Atualmente, a vacinação é restrita a um grupo etário específico – 10 a 14 anos – devido à escassez de doses. O Butantan planeja aumentar sua capacidade produtiva para 40 milhões de doses, embora o cronograma de expansão ainda não tenha sido detalhado.
Inovações no combate à doença
A vacinação contra a dengue pelo SUS, focada hoje em crianças e adolescentes de 10 a 14 anos em áreas endêmicas, representa um avanço, embora limitado, no combate à doença que atingiu números recordes no Brasil, com mais de 2,2 milhões de casos e centenas de mortes. Mas iniciativas inovadoras estão sendo fundamentais no combate à dengue, como demonstra o Especial Dengue da plataforma IdeiaSUS, que reúne quase 100 projetos implementados em diversas cidades brasileiras. Entre as soluções destacam-se o uso de peixes piabas para eliminar larvas do mosquito em reservatórios de água e a implementação de ovitrampas para mapear áreas de risco. Essas estratégias, juntamente com ações educativas, como gincanas para coleta de materiais recicláveis, contribuem tanto para o controle do Aedes aegypti quanto para a conscientização ambiental.