Repórter: Em poucas palavras, a ideia de inovação aberta é abrir o processo de inovação a todos, em um ambiente mais democrático e com livre fluxo de conhecimento. O modelo tem sido aplicado em diversas áreas, desde desenvolvimento de softwares até educação, saúde e energia. No Seminário Internacional sobre a Amazônia e Florestas Tropicais, evento paralelo do Grupo de Trabalho em Pesquisa e Inovação do G20, em Manaus, capital do Amazonas, o foco esteve em investigar a aplicação do conceito de inovação aberta na cooperação internacional com ênfase na preservação e manejo sustentável das florestas tropicais. Os debates exploraram modelos de colaboração para o desenvolvimento e compartilhamento de conhecimentos e tecnologias voltados para a conservação e o uso sustentável desse bioma.
Márcia Perales, diretora-presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas destacou a iniciativa Amazônia+10, que trabalha pela promoção de ações em prol do reflorestamento de áreas degradadas, o desenvolvimento de atividades agrícolas de baixa emissão de gases de efeito estufa e garantia de acesso a serviços básicos para as populações que habitam na região, entre outros objetivos.
Márcia Perales: O Amazônia+10 extrapolou fronteiras. Hoje nós estamos em processo de divulgação final de um edital que mobilizou, para expedições científicas na Amazônia, 1.400 pesquisadores de 181 instituições de ciência e tecnologia, 19 estados brasileiros e três países. Reino Unido, Alemanha e Suíça. E toda essa mobilização não deixou de considerar algo muito importante, a capacidade técnica científica instalada na região.
Repórter: A conclusão das discussões apontou para a cooperação internacional como um fator crucial para abordar questões como o desmatamento, a degradação ambiental e a perda de biodiversidade, como motor de criação e promoção de estratégias inovadoras eficazes e sustentáveis para a proteção e manejo das florestas tropicais, em uma dinâmica de interlocução entre atores públicos, privados e civis. Os caminhos e princípios da inovação aberta seguem em debate na reunião ministerial de Pesquisa e Inovação, que encerra os trabalhos do grupo até a Cúpula de Líderes, em novembro, no Rio de Janeiro.