As fabricantes de aeronaves Boeing e Embraer, juntas com a FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), divulgaram nesta segunda-feira (10/6) um documento intitulado “Plano de Voo para Biocombustíveis de Aviação no Brasil: Plano de Ação”. O objetivo do relatório é apontar rumos para o desenvolvimento de uma indústria de biocombustíveis para o setor aéreo no Brasil.
Resultado de uma série de oito workshops realizados entre maio e dezembro de 2012 (em São Paulo, Belo Horizonte, Piracicaba, Campinas, São José dos Campos, Rio de Janeiro e Brasília), o documento visa também oferecer recursos para atender à meta da indústria de aviação de crescimento neutro de carbono até 2020 e uma redução de 50% nas emissões de CO2 até 2050, porém tendo como base os níveis de 2005.
Dentre os tópicos indicados, o texto contempla as seguintes recomendações: preencher lacunas de pesquisa e desenvolvimento na produção de matérias-primas sustentáveis; incentivar a superação de barreiras nas tecnologias de conversão, incluindo questões de aumento de escala; promover maior envolvimento e interação entre setor privado e governo; criar uma estratégia nacional para fazer do Brasil um país líder no desenvolvimento de biocombustíveis de aviação.
Pesquisadores e representantes brasileiros e estrangeiros da indústria aeronáutica, de empresas aéreas, de produtores e de agências governamentais avaliaram as oportunidades e desafios tecnológicos, diferentes matérias-primas, meios de conversão e logística, além da v iabilidade econômica e sustentável para o desenvolvimento desse tipo de combustível no Brasil. O estudo multidisciplinar foi coordenado pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).
Os especialistas indicam, por exemplo, a necessidade de pesquisas que levem ao desenvolvimento e uso de matérias-primas sustentáveis, que contenham açúcares, amido e óleo, mas também resíduos como lignocelulose, resíduos sólidos e gases de exaustão.
“A Boeing está comprometida em trabalhar em parceria com o Brasil para desenvolver tecnologias que possam ser usadas em escala global e essa parceria é mais um passo para a conquista dessa meta”, afirma Donna Hrinak, pre sidente da Boeing Brasil.
“Esse projeto confirma o potencial do Brasil para desenvolver e fornecer biocombustíveis de aviação, graças à sua larga experiência em bioenergia”, sintetiza o vice-presidente executivo de Engenharia e Tecnologia da Embraer, Mauro Kern. “O estudo aponta para os desafios que precisam ser superados para que isso se concretize, os quais demandarão intensa colaboração entre os setores envolvidos”, conclui.