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Boa formação aliada à ciência

Publicado em 22 outubro 1999

Por Lauro Morhy
É importante que as verbas previstas sejam realmente aplicadas em C&T, ou ficaremos para trás. Brasília nasceu para liderar, e tem tudo para fazê-lo em C&T. Não deixemos que o imediatismo prevaleça sobre o que é realmente estratégico. nuado, ao menos para as linhas estratégicas de atividades científicas e tecnológicas. O Plano Plurianual de C&T do governo federal 96-1999 previu um esforço na ampliação dos investimentos, fato que infelizmente não se vem confirmando dentro das expectativas criadas. A despesa em C&T, que vinha caindo (2,5 para 2,3 bilhões entre 94-96), ficou com os números bastante difusos ou mais confusos. O papel das Fundações de Apoio à Pesquisa, criadas em vários estados, a exemplo da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa de SP), tem sido bastante prejudicado devido à lamentável atitude de governos estaduais que não cumprem a lei e desviam os recursos para outros fins. A Fapesp, apesar disso, continua sendo o bom exemplo e a sociedade paulista já colhe importantes resultados. O Small Business Innovative Research, por exemplo, aplicado por essa Fundação com a sigla Pipe, está fomentando mais de 70 projetos de inovação. A Faperj (no RJ) está em franca recuperação, com grande apoio do governador Garotinho, já com aplicações de 35 milhões só para atualizar o atraso dos últimos anos. Para incentivar os governadores a simplesmente cumprirem as leis que criaram as FAPs, estamos propondo que a SBPC crie a Medalha do Mérito Cientifico, a ser concedida aos que permitirem o uso devido dos recursos para C&T pelas respectivas Fundações estaduais ou oferecerem apoio significativo para o fortalecimento da ciência. Por volta de 85-86, pesquisadores científicos da UnB iniciaram articulações visando à criação da FAP/DF (Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal). Pesquisadores da Embrapa e políticos de visão logo se juntaram e no final de 92 já estava aprovada a Lei da FAP/DF. Consideramos essa uma das mais sábias decisões do Governo Roriz, na gestão passada, e da Câmara Legislativa do DF. Mas, a FAP/DF está sem recursos. Dos cerca de 20 milhões previstos para 99 não aplicou mais do que 500 mil! É importante que as verbas previstas sejam realmente aplicadas em C&T, ou ficaremos para trás. Brasília nasceu para liderar, e tem tudo para fazê-lo em C&T. Não deixemos que o imediatismo prevaleça sobre o que é realmente estratégico. Reitor da UnB e membro do Conselho da SBPC