O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) assinam acordo de cooperação técnica nesta terça-feira, 3, visando ampliar as possibilidades de apoio a pequenas empresas inovadoras e incentivar investimentos em inovação no país, principalmente nas áreas estratégicas de manufatura avançada e Internet das Coisas (IoT).
O acordo vai facilitar o acesso de empresas emergentes inovadoras — que já tenham sido apoiadas no âmbito do programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (Pipe), da Fapesp — a linhas de crédito do BNDES e a instrumentos de renda variável (Fundos de Investimentos à Inovação), a partir de avaliação econômica realizada pelo banco. Ele também possibilita a articulação de ações em ambas às instituições para projetos específicos, como os Centros de Pesquisa em Engenharia mantidos pela fundação em parceria com empresas e instituições de pesquisa. Espera-se que, com o acordo, seja possível a complementaridade de instrumentos e ações do BNDES e da Fapesp para o desenvolvimento desses centros.
“A Fapesp apoia startups interessadas em testar ou desenvolver uma ideia inovadora até a fase de protótipos por meio do Pipe. O problema é que, assim como no resto do mundo, na fase seguinte da inovação, elas precisam sobreviver ao ‘vale da morte’. Agora, com o acordo com o BNDES, aquelas que tiverem desenvolvido viabilidades tecnológicas, terão oportunidade de acesso a recursos do Banco para introduzir seu produto no mercado”, afirma o presidente da Fapesp, José Goldemberg.
Em alguns casos, sublinha Goldemberg, o desenvolvimento de novas tecnologias exige um esforço maior, que precisa ser feito em parceria com grandes empresas, como é o caso dos Centros de Pesquisa em Engenharia constituído pela Fapesp e empresas como a Shell, Peugeot Citroën, GSK, Statoil, Natura, entre outras, em cooperação com universidades e institutos de pesquisa. “A parceria com o BNDES poderá viabilizar investimentos em Centros de Pesquisa em Engenharia que vierem a se constituir”, afirma o presidente da fundação.
O acordo prevê, ainda, a avaliação conjunta de focos tecnológicos relevantes para formulação de políticas públicas e coordenação de esforços para investimentos no país, como o lançamento de chamadas conjuntas de projetos relacionados à pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) em manufatura avançada e Internet das Coisas (IoT).
Segundo Rabello de Castro, o investimento em inovação é uma das prioridades estratégicas do BNDES. “O acordo firmado com a Fapesp faz parte de um conjunto de esforços do Banco para o fomento à inovação. Buscamos a união de esforços para o aproveitamento dos recursos disponíveis para a inovação no país de forma coordenada e planejada. Considero imprescindível a mobilização do setor privado e das instituições de pesquisa na busca pelo desenvolvimento de iniciativas científicas e tecnológicas.”
O acordo tem vigência de cinco anos e será elaborado plano de trabalho para detalhamento e acompanhamento das atividades.