Software faz diagnóstico de doença da citricultura
Acaba de ser patenteada uma metodologia de visão computacional que faz o diagnóstico precoce da mancha preta em frutos cítricos. Desenvolvido no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC), da Universidade de São Paulo (USP) de São Carlos, o CitrusVis é um software que identifica o Guignardia Citricarpa, fungo causador da doença.
"O sistema pode reduzir o uso de agrotóxicos e evitar perdas na safra de laranja", afirma o professor do ICMC, Odemir Martinez Bruno, coordenador do projeto. "O CitrusVis identifica os ascósporos, forma embrionária do fungo, tão logo apareça no ar, antes de infectar o vegetal."
O programa interpreta imagens obtidas em amostras de partículas em suspensão nos pomares. "O pé de laranja pode estar infectado, mas as manchas negras nos frutos e folhas, principal sintoma da doença, levam até um ano para aparecer", relata o professor, ressaltando que nesse estágio os danos são irreversíveis.
As amostras das partículas são obtidas por um caça-esporos e recolhidas em discos. "Os ascósporos podem ser confundidos com outros fungos e substâncias diversas, assumindo formas diferentes conforme o modo em que caiam no coletor", afirmou Bruno. "As imagens do disco são transferidas para o computador e o CitrusVis usa um padrão que combina metodologias matemáticas para transformar as formas em sinais e reconhecer o fungo com 97% de acerto."
De acordo com o professor, o CitrusVis pode ser usado com qualquer sistema de coleta de partículas.
"O programa realiza rapidamente a análise de cada disco, trabalho que consumiria duas ou mais horas, se realizado por especialistas", explica. "Dependendo do tamanho, um único pomar pode fornecer dezenas de discos por semana, o que inviabiliza o trabalho manual."
Segundo Bruno, "o conjunto com um microscópio munido de câmera, computador e o software do sistema custa cerca de US$ 5 mil, o que representa uma pequena fração do que um produtor normalmente gasta com agrotóxicos."
O CitrusVis, financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), é uma derivação do projeto TreeVis (visão artificial aplicada à biotecnologia vegetal), iniciado há cinco anos no ICMC.
"Os ascósporos chegam aos pomares com a chuva e o vento. Se o coletor de partículas for acoplado a uma estação meteorológica, é possível saber qual a origem dos fungos, estendendo a prevenção da mancha preta para outras propriedades", disse Bruno.
Dejetos animais podem ser usados como fertilizantes
Um levantamento feito em 69 propriedades suinícolas (em que há criação de porcos) do Estado de São Paulo mostrou que 77% das granjas não possuem sistemas de tratamento de efluentes animais (dejetos), que têm alto potencial poluidor. As granjas foram contatadas por meio de questionários que buscavam informações como número de animais, produção, utilização, manejo e volume dos efluentes.
De acordo com o levantamento, propriedades que não utilizam nenhum sistema de tratamento aplicam os efluentes diretamente no solo, com o intuito de aproveitá-lo como adubo orgânico.
Esse processo porém, sem um plano técnico de manejo e tratamento causa a poluição de rios e riachos, reduz o teor de oxigênio dissolvido na água, provoca a morte de peixes, a disseminação de patógenos, mau cheiro e contaminação de águas potáveis.
A pesquisa é fruto de uma tese de doutorado elaborada pela engenheira agrícola Edilaine Regina Pereira no Núcleo de Pesquisa em Ambiência (Nupea) da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba.
A segunda fase da pesquisa priorizou o estudo de uma propriedade, considerada modelo no Estado, localizada no município de Salto (SP). O objetivo era analisar a água residuária no sistema de produção e de tratamento de efluentes e seu reuso no cultivo de pastagens agrícolas.
Como não existe ainda uma legislação específica que trate dos efluentes da produção animal, a pesquisadora baseou-se em legislações mais gerais, como as do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e da US Environmental Protection Agency (Usepa - EUA).
Investimentos na área da pesquisa em saúde
O ministro da Saúde, Saraiva Felipe, visitou, na última quinta-feira, o Hospital Universitário (HU) da Universidade de São Paulo - que foi reconhecido como hospital de excelência na área de ensino.
Durante o encontro, o ministro e toda a equipe da Secretaria de Ciência Tecnologia e Inovação e do Departamento de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde foram homenageados pela direção do Hospital pelo reconhecimento dos investimentos na área da pesquisa em saúde.
O ministério apoiou o financiamento da Comissão de Ética em Pesquisa, a formação do Centro de Pesquisas Clínicas (em conjunto com o Hospital das Clínicas de São Paulo), o projeto de políticas públicas destinadas ao Sistema Único de Saúde (SUS) e o Estudo Longitudinal da Saúde do Adulto (Elsa).
Esse projeto investigará causas de doenças cardiovasculares e do diabetes, em conjunto com a USP, A Fundação Oswaldo Cruz e universidades federais da Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.
O ministro participou de encontros com membros da USP, dentre eles a reitora Suely Vilela; os pró-reitores de Graduação, de Pós-Graduação, de Pesquisa, e de Cultura e Extensão; os diretores da Faculdade de Ciências Farmacêuticas, da Escola de Enfermagem e da Faculdade de Odontologia.
Acaba de ser patenteada uma metodologia de visão computacional que faz o diagnóstico precoce da mancha preta em frutos cítricos. Desenvolvido no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC), da Universidade de São Paulo (USP) de São Carlos, o CitrusVis é um software que identifica o Guignardia Citricarpa, fungo causador da doença.
"O sistema pode reduzir o uso de agrotóxicos e evitar perdas na safra de laranja", afirma o professor do ICMC, Odemir Martinez Bruno, coordenador do projeto. "O CitrusVis identifica os ascósporos, forma embrionária do fungo, tão logo apareça no ar, antes de infectar o vegetal."
O programa interpreta imagens obtidas em amostras de partículas em suspensão nos pomares. "O pé de laranja pode estar infectado, mas as manchas negras nos frutos e folhas, principal sintoma da doença, levam até um ano para aparecer", relata o professor, ressaltando que nesse estágio os danos são irreversíveis.
As amostras das partículas são obtidas por um caça-esporos e recolhidas em discos. "Os ascósporos podem ser confundidos com outros fungos e substâncias diversas, assumindo formas diferentes conforme o modo em que caiam no coletor", afirmou Bruno. "As imagens do disco são transferidas para o computador e o CitrusVis usa um padrão que combina metodologias matemáticas para transformar as formas em sinais e reconhecer o fungo com 97% de acerto."
De acordo com o professor, o CitrusVis pode ser usado com qualquer sistema de coleta de partículas.
"O programa realiza rapidamente a análise de cada disco, trabalho que consumiria duas ou mais horas, se realizado por especialistas", explica. "Dependendo do tamanho, um único pomar pode fornecer dezenas de discos por semana, o que inviabiliza o trabalho manual."
Segundo Bruno, "o conjunto com um microscópio munido de câmera, computador e o software do sistema custa cerca de US$ 5 mil, o que representa uma pequena fração do que um produtor normalmente gasta com agrotóxicos."
O CitrusVis, financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), é uma derivação do projeto TreeVis (visão artificial aplicada à biotecnologia vegetal), iniciado há cinco anos no ICMC.
"Os ascósporos chegam aos pomares com a chuva e o vento. Se o coletor de partículas for acoplado a uma estação meteorológica, é possível saber qual a origem dos fungos, estendendo a prevenção da mancha preta para outras propriedades", disse Bruno.
Dejetos animais podem ser usados como fertilizantes
Um levantamento feito em 69 propriedades suinícolas (em que há criação de porcos) do Estado de São Paulo mostrou que 77% das granjas não possuem sistemas de tratamento de efluentes animais (dejetos), que têm alto potencial poluidor. As granjas foram contatadas por meio de questionários que buscavam informações como número de animais, produção, utilização, manejo e volume dos efluentes.
De acordo com o levantamento, propriedades que não utilizam nenhum sistema de tratamento aplicam os efluentes diretamente no solo, com o intuito de aproveitá-lo como adubo orgânico.
Esse processo porém, sem um plano técnico de manejo e tratamento causa a poluição de rios e riachos, reduz o teor de oxigênio dissolvido na água, provoca a morte de peixes, a disseminação de patógenos, mau cheiro e contaminação de águas potáveis.
A pesquisa é fruto de uma tese de doutorado elaborada pela engenheira agrícola Edilaine Regina Pereira no Núcleo de Pesquisa em Ambiência (Nupea) da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba.
A segunda fase da pesquisa priorizou o estudo de uma propriedade, considerada modelo no Estado, localizada no município de Salto (SP). O objetivo era analisar a água residuária no sistema de produção e de tratamento de efluentes e seu reuso no cultivo de pastagens agrícolas.
Como não existe ainda uma legislação específica que trate dos efluentes da produção animal, a pesquisadora baseou-se em legislações mais gerais, como as do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e da US Environmental Protection Agency (Usepa - EUA).
Investimentos na área da pesquisa em saúde
O ministro da Saúde, Saraiva Felipe, visitou, na última quinta-feira, o Hospital Universitário (HU) da Universidade de São Paulo - que foi reconhecido como hospital de excelência na área de ensino.
Durante o encontro, o ministro e toda a equipe da Secretaria de Ciência Tecnologia e Inovação e do Departamento de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde foram homenageados pela direção do Hospital pelo reconhecimento dos investimentos na área da pesquisa em saúde.
O ministério apoiou o financiamento da Comissão de Ética em Pesquisa, a formação do Centro de Pesquisas Clínicas (em conjunto com o Hospital das Clínicas de São Paulo), o projeto de políticas públicas destinadas ao Sistema Único de Saúde (SUS) e o Estudo Longitudinal da Saúde do Adulto (Elsa).
Esse projeto investigará causas de doenças cardiovasculares e do diabetes, em conjunto com a USP, A Fundação Oswaldo Cruz e universidades federais da Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.
O ministro participou de encontros com membros da USP, dentre eles a reitora Suely Vilela; os pró-reitores de Graduação, de Pós-Graduação, de Pesquisa, e de Cultura e Extensão; os diretores da Faculdade de Ciências Farmacêuticas, da Escola de Enfermagem e da Faculdade de Odontologia.