A produção de bioplásticos a partir da casca da banana é um processo completamente sustentável que utiliza apenas processos naturais.
O filme bioplástico é uma oportunidade para valorizar o resíduo e reduzir o impacto ambiental associado ao uso de plásticos não biodegradáveis. O bioplástico feito com cascas de banana pode ser utilizado como embalagem primária, ajudando na conservação dos alimentos devido às propriedades antioxidantes e propriedades de bloqueio parcial da luz ultravioleta das cascas.
A matéria-prima para a produção desse biofilme não fica por acaso: a variedade Cavendish, conhecida como nanica, produzida anualmente em 50 milhões de toneladas, segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). Para cada tonelada de banana consumida, podem ser gerados até 417 quilos de cascas.
O processo de produção do biofilme começa com a desidratação das cascas, que são trituradas e diluídas até se tornarem um pó. O processo de produção é limpo e ecologicamente adequado, usando a água como reagente no tratamento hidrotérmico. Este processo desestrutura a casca da banana, liberando compostos de interesse que se reorganizam para formar um filme coeso e íntegro.
A biomassa é então espalhada em lâminas e levada para as estufas onde ficam por cerca de 24 horas. O diferencial finaliza o ciclo de forma natural: como o material é completamente biodegradável, a degradação é mais rápida, permitindo que o material seja reassimilado ao ciclo biológico mais rapidamente.
A pesquisa foi financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e publicada na revista científica americana Journal of Cleaner Production no início do ano.