Yes, nós temos uma Barbie brasileira! E ela é preta! A biomédica baiana Jaqueline Góes de Jesus foi homenageada pela Mattel e ganhou uma boneca Barbie em sua homenagem pelo trabalho no combate à Covid-19. Ela foi escolhida com outras cinco cientistas mulheres pela fabricante de brinquedos.
Jaqueline, de 31 anos, faz parte da equipe responsável pelo primeiro sequenciamento genético do SARS-CoV-2 no início da pandemia na América Latina.
A homenagem faz parte da iniciativa “Mulheres Inspiradoras” criada pela Mattel para celebrar mulheres que se destacam. Desta vez, foram homenageadas profissionais que quebraram barreiras durante a pandemia de Covid-19.
“Enquanto cientista, mulher e negra, ser homenageada pela Barbie e me tornar um modelo para novas gerações é provar que através das oportunidades, o talento e inteligência podem alcançar e até gerar frutos positivos para uma nação”, disse Jaqueline sobre a homenagem.
Além da biomédica brasileira, outras cinco mulheres foram reconhecidas pela Mattel como heroínas da pandemia após trabalharem na luta contra o coronavírus e impactarem positivamente a comunidade: a enfermeira norte-americana Amy O’Sullivan; Audrey Cruz, que atuou na linha de frente em Las Vegas e foi importante no combate ao preconceito racial e a discriminação; a psiquiatra canadense Chika Stacy Oriuwa, que expôs o racismo sistêmico na área da saúde; Sarah Gilbert, do Reino Unido, líder no desenvolvimento da vacina de Oxford; e a australiana Kirby White, que desenvolveu um uniforme que pode ser lavado e reutilizado, permitindo mais praticidade aos trabalhadores da linha de frente.
Lisa McKnight, vice-presidente sênior e chefe global da Barbie e das bonecas da Mattel, aponta que o projeto “Mulheres Inspiradoras” ultrapassa fronteiras, mostrando às meninas que elas podem ser o que quiserem. “A Barbie reconhece que todos os trabalhadores da linha de frente fizeram enormes sacrifícios ao enfrentar a pandemia. Para iluminar seus esforços, estamos compartilhando suas histórias e aproveitando a plataforma da Barbie para inspirar a próxima geração a seguir essas heroínas. Nossa esperança é nutrir e estimular a imaginação das crianças que interpretam seus próprios enredos como heróis.”
Atualmente, a linha de bonecas da Barbie conta com mais de 200 profissões. Há bonecas da cosmonauta russa Anna Kikina, da ativista britânica Adwoa Aboah, da chef italiana Rossana Maziale e da surfista Maya Gabeira – a primeira brasileira homenageada pelo projeto, em 2019 –, entre outras.
DESCOBERTA EM 48 HORAS
Jaqueline Góes de Jesus e seus colegas, sob coordenação da imunologista Ester Cerdeira Sabino, conseguiram sequenciar o genoma do vírus SARS-CoV-2 em apenas 48 horas após a confirmação do primeiro caso de Covid-19 no Brasil — um tempo abaixo da média mundial, de 15 dias. As amostras eram do primeiro paciente brasileiro infectado, em 26 de fevereiro de 2020.
Além disso, o trabalho da equipe mostrou a diferença entre o vírus do paciente brasileiro e o identificado em Wuhan, epicentro da doença na época. O caso do Brasil estava mais próximo da variante detectada na Alemanha no final de janeiro.
CIENTISTA EXPERIENTE
Natural de Salvador, Jaqueline Góes de Jesus vive em São Paulo. Ela também trabalhou na equipe responsável pelo sequenciamento do genoma do vírus da zika. Atualmente, é pesquisadora bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) em nível de pós-doutorado, no Instituto de Medicina Tropical de São Paulo na USP.
A cientista é graduada em Biomedicina pela Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, mestre em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PgBSMI) pelo Instituto de Pesquisas Gonçalo Moniz — Fundação Oswaldo Cruz (IGM-FIOCRUZ) e Doutora em Patologia Humana pela Universidade Federal da Bahia em ampla associação com o IGM-FIOCRUZ.
COVID-19 NO BRASIL
Na quarta-feira, 04 de agosto, o Brasil registrou 1.118 novas mortes em decorrência da Covid-19 e ultrapassou a marca de 20 milhões de pessoas infectadas desde o início da pandemia. Ainda assim, a média móvel de mortes se mantém em queda. Os dados foram obtidos pelo consórcio de veículos de imprensa, junto às secretarias estaduais de saúde.
Com o registro, o país chega a um total de 559.715 mortes pela doença. Além disso, foram registrados 40.429 novos diagnósticos, elevando o total para 20.026.502 infectados.
Contudo, o número de pessoas que já adoeceram por conta do coronavírus é muito maior do que o registrado pelos números oficiais, já que o Brasil nunca teve uma política de testagem em massa. Segundo o site Worldometers, o país ocupa a 120ª posição no ranking de testes para cada 1 milhão de habitantes.
Pelo quinto dia seguido, a média móvel de mortes ficou abaixo de mil, depois de 191 dias acima dessa faixa. Foram 920 óbitos em média nos últimos sete dias, o que indica uma tendência de queda de -20%, em comparação com 14 dias atrás.