O etanol de segunda geração está no radar de um grupo cada vez maior de usinas produtoras de biocombustível. Mas, para produzir o etanol a partir de celulose, ou biomassa, como preferem os pesquisadores, as usinas que hoje processam o combustível de primeira geração terão que construir um "puxadinho". Ou seja, terão de fazer uma unidade anexa com maquinário específico para essa tecnologia, que é diferente da utilizada na primeira geração. "Nesses anexos, as usinas terão de investir em novos maquinários e tecnologia de ponta", diz João Norberto Noschang Neto, gerente de gestão tecnológica da Petrobras Biocombustível. "Quebrar as enzimas da celulose é o coração de qualquer projeto de biocombustível de segunda geração."
Há, no País, cerca de 30 empresas de biotecnologia investindo em desenvolvimento e pesquisa do combustível a partir da biomassa. A previsão é de que, em 2014, sejam inauguradas as primeiras três usinas para produzir etanol de segunda geração e, em 2015, mais quatro. Uma das candidatas é a Nova Fronteira, a joint venture entre Petrobras e o grupo São Martinho. "A Petrobras iniciou as pesquisas com bagaço de cana-de-açúcar em 2004 e pode começar a produção de etanol de segunda geração em 2015", diz Noschang Neto. Até lá, no entanto, há um longo caminho a ser percorrido. Ao contrário de Estados Unidos e Europa, que vêm estudando o etanol de segunda geração há mais de uma década, a maior parte das pesquisas é recente no Brasil. E muitas empresas se recusam a falar sobre os resultados obtidos.
O etanol de segunda geração está no radar de um grupo cada vez maior de usinas produtoras de biocombustível. Mas, para produzir o etanol a partir de celulose, ou biomassa, como preferem os pesquisadores, as usinas que hoje processam o combustível de primeira geração terão que construir um "puxadinho". Ou seja, terão de fazer uma unidade anexa com maquinário específico para essa tecnologia, que é diferente da utilizada na primeira geração. "Nesses anexos, as usinas terão de investir em novos maquinários e tecnologia de ponta", diz João Norberto Noschang Neto, gerente de gestão tecnológica da Petrobras Biocombustível. "Quebrar as enzimas da celulose é o coração de qualquer projeto de biocombustível de segunda geração."
Há, no País, cerca de 30 empresas de biotecnologia investindo em desenvolvimento e pesquisa do combustível a partir da biomassa. A previsão é de que, em 2014, sejam inauguradas as primeiras três usinas para produzir etanol de segunda geração e, em 2015, mais quatro. Uma das candidatas é a Nova Fronteira, a joint venture entre Petrobras e o grupo São Martinho. "A Petrobras iniciou as pesquisas com bagaço de cana-de-açúcar em 2004 e pode começar a produção de etanol de segunda geração em 2015", diz Noschang Neto. Até lá, no entanto, há um longo caminho a ser percorrido. Ao contrário de Estados Unidos e Europa, que vêm estudando o etanol de segunda geração há mais de uma década, a maior parte das pesquisas é recente no Brasil. E muitas empresas se recusam a falar sobre os resultados obtidos.
Muitos passos já foram dados. Há pesquisas no Centro de Tecnologia Canavieira, de Piracicaba (SP), que em março aprovou investimentos de R$ 103 milhões para desenvolver variedades mais produtivas de cana e testar o etanol de segunda geração. Outro centro importante é a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). A companhia concentra suas pesquisas na unidade Agroenergia, por meio do Labex Estados Unidos, seu laboratório virtual no Exterior, e mantém parcerias com pesquisadores de todo o mundo. Há, também, um convênio da Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo (Fapesp) com os grupos Dedini, de maquinários, e Oxiteno, do grupo Ultra. São R$ 100 milhões para pesquisas com etanol. Em 2013, a GraalBio, uma parceria do grupo nacional Graal e da italiana Chemtex, iniciará a sua produção de etanol de segunda geração. "Há outros braços de pesquisa, mas de partes do processo de produção, em universidades como as federais do Rio de Janeiro, Paraná e de São Carlos-SP, além de USP e Unicamp", diz Noschang Neto. Essa movimentação deixa Alfred Szwarc, da Unica, otimista em relação ao que vai ocorrer no mercado do etanol de segunda geração. "Já evoluímos bastante. Acredito que estamos muito próximos de chegar a uma tecnologia que possa ser replicada em escala comercial", diz Szwarc.
Ponto de partida
Os desafios para produzir o etanol de segunda geração
- sustentar a tecnologia em larga escala
- várias empresas têm de testar a tecnologia com sucesso
- garantir matéria-prima em quantidade
- reduzir custos das instalações industriais
- garantir o fornecimento de enzimas e leveduras (quem tiver produção própria sai na frente)
Para pesquisar o etanol de segunda geração, a Petrobras se associou, em 2010, à americana KL Energy Corporation (KLE), no Estado de Wyoming. A empresa americana produz etanol celulósico a partir de resíduos de madeira, utilizando uma tecnologia própria. A Petrobras investiu US$ 11 milhões para adaptar a unidade de demonstração da KLE para produzir etanol a partir do bagaço da cana-de-açúcar. As pesquisas começaram no ano passado e deverão estar concluídas até julho. "A associação com a KL Energy serviu para que a Petrobras não partisse do zero", diz Noschang Neto "Estamos aproveitando o conhecimento já acumulado."
Um dos pontos centrais das pesquisas é a definição de custos para produzir o etanol de segunda geração. Do ponto de vista dos especialistas, os custos anunciados até agora não são confiáveis porque não há escala de produção. A meta, porém, para viabilizar economicamente a nova geração é convergir para o mesmo patamar do etanol de cana, que hoje é de US$ 0,57 por litro. Para amortizar custos e ser comercialmente viável, uma usina precisa obter um rendimento acima de 300 litros de etanol por tonelada de biomassa processada. Segundo Noschang Neto, as empresas que estão testando o etanol de segunda geração têm anunciado rendimento de 130 litros de etanol por tonelada de biomassa em testes de laboratório e de, no máximo, 380 litros de etanol nos testes de campo. A média do processo está em 269 litros de etanol por tonelada de biomassa. "A Petrobras tem obtido uma produção de 340 litros por tonelada de biomassa em laboratório e 300 litros por tonelada em experimentos de campo", afirma Noschang Neto. "Estamos muito próximos dos acertos finais."