A representante da agência FAPESP, Maria Fernanda Ziegler, reforça a dificuldade na diferenciação entre transtorno bipolar e depressão unipolar, haja visto que possuem os principais sintomas idênticos, com isso pesquisadores têm procurado biomarcadores que possam auxiliar no diagnóstico clínico.
Estudo brasileiro divulgado na revista Psychiatry Research representa um avanço nesse sentido. Assinado por pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), o trabalho descreve um painel de biomarcadores sanguíneos – relacionados com o mecanismo de edição de moléculas de RNA – que possibilitou discriminar com precisão pacientes com o transtorno bipolar ou com depressão. O resultado, segundo os autores, abre caminho para a criação de um exame de sangue que poderia dar suporte ao diagnóstico clínico.
Embora exista a tendência de elevar o DNA a protagonista quando se trata de questões genéticas, existem outros atores importantes nesse contexto. É o caso dos RNAs. Para que a mensagem do DNA seja acessada, ela precisa ser transcrita (ou copiada) na forma de um RNA mensageiro, que vai orientar a síntese de uma proteína.
Durante a transcrição do gene e a produção de proteínas, podem ocorrer modificações na estrutura da molécula de RNA. Esse processo de edição é mediado principalmente por duas enzimas, a RNA editing 1 e a RNA editing 2. Elas modificam a sequência de ácidos nucleicos e, consequentemente, alteram o tipo de proteína produzida – e tudo isso ocorre sem que haja qualquer alteração na sequência do DNA, que é o material genético herdado dos pais.
As novas possibilidades são muitas e para que essa melhoria seja implantada é necessária a confirmação sobre a alteração do RNA é fruto da medicação ou se é realmente do tratamento.