Tirar os alunos de dentro da sala de aula e mantê-los em laboratórios para que realizem pesquisas e contribuam para o desenvolvimento do conhecimento científico brasileiro. A meta, que vem sendo perseguida pelo curso de Ciências Biológicas, ou Biologia, da Universidade de Mogi das Cruzes, acaba de apresentar um excelente resultado. A integração entre teoria e prática foi fator decisivo para que os universitários da UMC obtivessem nota A no Exame Nacional de Cursos, o chamado Provão, cujos resultados foram recentemente divulgados pelo Ministério da Educação (MEC).
Foi no desenvolvimento desta incansável prática de colocar o aluno como produtor de conhecimento, orientado por professores especializados e capacitados, que os biólogos em formação na UMC participaram de pesquisas que representaram significativos avanços para a ciência mundial. Recentemente, os corpos discente e docente da Universidade integraram um grupo de dezenas de cientistas que decifraram a constituição genética da cana-de-açúcar. A pesquisa, com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), consumiu investimentos de US$ 4,4 milhões e identificou 32.620 genes da planta em quatro anos de trabalho. Os dados obtidos pelo projeto são utilizados por grupos de pesquisa, que buscam informações sobre o metabolismo da cana-de-açúcar para obter variedades mais produtivas e resistentes a secas ou a solos com poucos nutrientes.
Outro projeto de autoria de um grupo da UMC é a construção de um biochip dos genes da Xylella fastidiosa, a bactéria causadora da praga do amarelinho, que ataca as lavouras de frutas cítricas. O objetivo é descobrir os mecanismos pelos quais a bactéria consegue sobreviver dentro da planta hospedeira. A iniciativa pode encontrar a solução para erradicar a doença, que ataca 34% dos pomares paulistas.
Para o gestor acadêmico do curso de Ciências Biológicas da UMC, professor Luiz Roberto Nunes, a integração dos universitários aos projetos de pesquisa foi essencial para que a instituição obtivesse a nota A no Provão, o maior numa escala de cinco conceitos. "Esses trabalhos envolveram os alunos da Biologia. Essa filosofia parece ser acertada, resultando na boa avaliação da instituição no Exame Nacional de Cursos, onde ficamos no primeiro quartil de distribuição. Esta posição é reservada aos cursos de elite, representados pelos 25% melhores do Brasil".
Notícia
O Diário (Mogi das Cruzes)