A brasileira Cíntia Leite Ribeiro, 27 anos, destacou-se em 2014 entre os alunos da Universidade da Flórida, nos EUA. Sua tese de doutorado foi considerada o melhor estudo defendido naquela instituição, no ano passado.
O trabalho procurou caracterizar genes de função desconhecida com o objetivo de estimular a formação de madeira em Populus, espécie utilizada para a produção de celulose para papel. A pesquisadora identificou um gene que aumenta o crescimento das árvores, particularmente sob temperatura elevada. A descoberta poderá ser utilizada na engenharia genética de plantas, em especial para a produção de alimentos.
Natural de Vitória (ES), Cíntia concluiu o ensino médio no município de Lençóis Paulista (SP). Em 2005, ingressou no Instituto de Biociências (IB) da Unesp, Câmpus de Botucatu, onde cursou bacharelado e licenciatura em Ciências Biológicas.
Cíntia enfatiza que, nos dois primeiros anos do curso, participou da equipe de pesquisa liderada pelo professor Fausto Foresti. Inicialmente, ela pensava em se dedicar ao estudo da genética humana, mas, no terceiro ano, após assistir às aulas de Biologia Molecular com o professor Ivan de Godoy Maia, voltou seu interesse para a área de genética agronômica. Decidiu, então, fazer um estágio no laboratório de Maia, desenvolvendo um trabalho de iniciação científica com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
Sua experiência com a pesquisa permitiu que, em 2010, ela fosse aprovada no programa de pós-graduação em Biologia Molecular e Celular de Plantas da Universidade da Flórida, em Gainesville. Durante os quatro anos como pós-graduanda daquela instituição, sob orientação do professor Matias Kirst, recebeu 10 premiações de excelência acadêmica e em pesquisa. Após a conclusão do doutorado, em outubro, ela conquistou uma vaga no programa Líderes Científicos Emergentes, da empresa Monsanto em Saint Louis, Missouri.
“A experiência diversificada que a Unesp me providenciou foi um diferencial para o meu sucesso”, afirma. “Sou eternamente grata pela qualidade de ensino e da pesquisa da Unesp e aos professores Fausto Foresti e Ivan Maia, com os quais ainda mantenho contato frequente.”