Eduardo Geraque | Pesquisa para Inovação – A startup In Situ Terapia Celular desenvolveu, com apoio do Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas ( PIPE ), da FAPESP, um biocurativo, com a aparência de uma lente de contato, para o tratamento inteligente de feridas e queimaduras.
Obtido a partir de células-tronco e de um hidrogel, o dispositivo, impresso a partir de uma bioimpressora 3D, pode ser aplicado diretamente sobre a pele humana de forma mais eficiente em relação às opções atuais. O produto está sendo submetido à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para aprovação de ensaio clínico e registro.
“Se houver muita inflamação no local, o biocurativo consegue fazer com que a secreção de certas substâncias envolvidas com os processos inflamatórios diminuam”, diz Carolina Caliári Oliveira , fundadora da empresa.
As células-tronco usadas no produto são de cordão umbilical e têm potencial para estimular a regeneração dos tecidos da pele, o maior órgão do corpo humano.
“A grande inovação em todo esse processo é a forma pela qual as técnicas foram integradas. Desse modo, as células-tronco e o biomaterial podem cumprir com eficiência o papel deles, como demonstramos em testes no laboratório”, afirma Oliveira.
Segundo a pesquisadora, o fato de outra startup brasileira, a 3D Biotechnology Solutions, ter desenvolvido, também com apoio do PIPE-FAPESP, uma bioimpressora no país ajudou bastante no plano de negócio da empresa. “Isso facilitou muito para nós, porque reduziu o custo. Não teríamos como importar um equipamento desse”, diz Oliveira.
A impressão em 3D também acabou sendo decisiva para a empresa planejar a futura linha de produção dos biocurativos. “Temos toda uma infraestrutura já montada”, ressalta a pesquisadora. Em um primeiro momento, o produto poderá ser comercializado principalmente em redes de hospitais privados.