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Biocurativo 3D In Situ para Tratamento de Feridas Crônicas e Queimaduras Severas (6 notícias)

Publicado em 04 de junho de 2025

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Equipamento permite a confecção precisa do curativo e a correta distribuição de células mesenquimais pelo hidrogel, mantendo-as viáveis durante a bioimpressão e a utilização (foto: Phelipe Janning/Agência FAPESP)

Pioneirismo em Terapias Avançadas para Feridas Crônicas no Brasil

No Brasil, ainda não existe um produto de terapia avançada registrado para o tratamento de feridas crônicas e queimaduras. Uma startup inovadora, localizada no Supera Parque de Inovação e Tecnologia em Ribeirão Preto, busca mudar esse cenário e se tornar uma referência neste segmento.

A empresa desenvolveu um biocurativo inovador, produzido por impressão 3D e que utiliza células-tronco do cordão umbilical humano. Este produto é especialmente projetado para ajudar no tratamento de feridas crônicas e queimaduras severas.

A startup recebe apoio do programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE) e será uma das dez empresas selecionadas pela FAPESP para apresentar sua tecnologia na feira internacional VivaTech , um dos maiores eventos de startups e tecnologia da Europa , que ocorrerá em Paris, de 11 a 14 de junho.

A VivaTech 2025 abordará novas fronteiras da inovação em tecnologia, ressoando em aspectos econômicos, geopolíticos, sociais e ambientais. Em 2024, o evento atraiu 165 mil visitantes, tornando-se um espaço crucial para networking e aprendizado sobre a indústria de terapias avançadas na Europa, onde produtos semelhantes já estão disponíveis.

Adriana Manfiolli, pesquisadora e sócia da empresa, comenta sobre a importância da participação na feira: "É uma ótima oportunidade para entender como o mercado de produtos de terapias avançadas funciona na Europa."

O biocurativo, nomeado Mensencure , utiliza hidrogel enriquecido com células mesenquimais. Essas células desempenham um papel crucial no processo de cicatrização, secretando moléculas bioativas, como citocinas e fatores de crescimento, que são fundamentais para a regeneração tecidual. O Mensencure se distingue por ser um biocurativo "inteligente", capaz de responder a sinais emitidos por lesões na pele, contribuindo ativamente para as diferentes fases da cicatrização.

Carolina Caliari Oliveira, fundadora da empresa, destaca a eficácia do biocurativo: "Essas células são poderosas para criar um ambiente favorável à regeneração. Uma única aplicação pode resolver o problema de pacientes que já tentaram diversas opções sem sucesso."

Um dos principais alvos para a aplicação do Mensencure são as lesões cutâneas em pessoas com diabetes tipo 1, que frequentemente enfrentam dificuldades na cicatrização. A presença excessiva de açúcar no sangue pode prejudicar o processo cicatricial, tornando o biocurativo uma ferramenta vital para esses pacientes.

Oliveira explica: "Embora a pele possua um incrível potencial de cicatrização, condições como diabetes podem dificultar esse processo. O nosso biocurativo é projetado para atender exatamente aqueles com problemas de cicatrização."

Atualmente, a empresa planeja focar no tratamento de lesões por pressão, conhecidas como escaras. Para avançar, são necessários ensaios clínicos que, se positivos, possibilitarão a submissão do produto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária ( Anvisa

"Estamos em um estágio crucial, implementando as Boas Práticas de Fabricação (BPF) para garantir a autorização necessária da Anvisa para realizarmos os estudos clínicos," afirma Oliveira.

O objetivo final da empresa é não apenas desenvolver o Mensencure, mas também produzir outros produtos baseados nessa tecnologia, com a intenção de efetivamente levar suas inovações ao mercado.

Informações da Agência FAPESP