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Bactérias do fundo do mar produzem matéria-prima para limpeza, cosméticos e alimentos (4 notícias)

Publicado em 22 de agosto de 2024

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O foco do trabalho é a surfactina, obtida de bactérias marinhas do gênero Bacillus subtilis

Plantas, animais e microrganismos são importantes fontes de medicamentos, alimentos e matérias-primas. Mas o ecossistema marinho, apesar de cobrir aproximadamente 70% da superfície da Terra e abrigar uma ampla biodiversidade, ainda é pouquíssimo explorado nesse sentido.

Para mudar este cenário, a pesquisadora Paula Rezende Teixeira, pós-doutoranda do Laboratório de Farmacologia Marinha (LaFarMar) do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP), idealizou um projeto de inovação para produzir, em larga escala, substâncias derivadas de microrganismos marinhos que são de grande interesse para diversos setores.

Uma das famílias de compostos que se destacou nas pesquisas é a da surfactina, um lipopeptídeo da classe dos biossurfactantes, mais comumente produzida por bactérias marinhas da espécie Bacillus subtilis.

Reportagem do Jornal da USP destaca que, embora possua um grande potencial de utilização – em especial em áreas terapêuticas e ambientais –, sua obtenção em grande escala, necessária para ampliar e diversificar o uso, ainda é um desafio.

“O meu objetivo é baratear e escalonar a produção de surfactinas aqui no Brasil, e pretendo utilizar resíduos industriais para otimizar ainda mais este processo”, explicou Paula.

A partir dos resultados do seu projeto científico, ela idealizou a criação de uma startup com o objetivo de viabilizar a comercialização da surfactina. Recentemente, a iniciativa foi aprovada pelo Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (Pipe) e será financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).

Paula Teixeira afirma que o que mais diferencia a academia e o empreendedorismo é o olhar para o mercado de modo a entender para quem e como vender determinado produto. A pesquisadora ressalta, ainda, a importância de se manter sempre atualizado, além de aprender a fazer conexões e procurar ajuda. “Minha ideia é continuar fazendo o que eu gosto, que é trabalhar com pesquisa e desenvolvimento, mas dentro de uma empresa com a finalidade de lançar produtos para o mercado”, conta.