Neste momento em que o negacionismo volta aos holofotes mundiais, aqui no Brasil seguimos empenhados em encontrar, por meio da ciência, as soluções contra males que afligem nossa população. Temos entidades e especialistas dedicados a essa missão. Nesta semana, por exemplo, o Instituto Butantan anunciou ter iniciado a produção das primeiras vacinas contra a dengue em dose única.
O Butantan começou a fabricação enquanto espera a aprovação do imunizante pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Os ensaios clínicos da vacina acabaram em junho, após cinco anos de acompanhamento de participantes da pesquisa. E em dezembro, o instituto entregou os últimos documentos necessários para a análise pelo órgão regulador.
O diretor do Butantan, Esper Kallás, classificou o imunizante como “um dos maiores avanços da saúde e da ciência na história do país e uma enorme conquista em nível internacional”. “Que o Instituto Butantan possa contribuir com a primeira vacina do mundo em dose única contra a dengue mostra que vale a pena investir na pesquisa feita no Brasil e no desenvolvimento interno de imunobiológicos”, frisou ele.
Se a vacina for aprovada, o Butantan prevê entregar cerca de 100 milhões de doses ao Ministério da Saúde nos próximos três anos. É uma notícia que nos enche de esperança no combate à doença que teve 6,6 milhões de casos confirmados no país, no ano passado, e causou mais de seis mil mortes.
A vacina existente não está disponível para toda a população por causa da capacidade limitada de fornecimento pela fabricante internacional. Os 9,5 milhões de doses compradas em 2025 pelo Ministério da Saúde são destinadas a crianças e adolescentes de 10 a 14 anos. Essa faixa etária é a que tem mais propensão a desenvolver a forma grave da doença e a que concentra o maior número de internações — então, se há meninos ou meninas em sua casa que ainda não tomaram o imunizante ou estão com a dose em atraso, leve-os para atualizar a caderneta.
Enquanto não há vacinas para todos — e mesmo depois que elas fiquem disponíveis —, temos de impedir que o mosquito se reproduza, como evitar o acúmulo de água em latas, garrafas, pneus, calhas, vasos de plantas; manter caixas d’água cobertas, usar repelentes e instalar telas de proteção.
É fundamental cada um de nós fazer a sua parte para impedir a proliferação desse mal.
Cida Barbosa Jornalista do Correio Braziliense