O texto literário transformado em texto cênico; o escritor transformado em ator. Em 12 de abril, às 20 horas, e no dia 13, às 19 horas, AuTORES EM CENA propõe, em vez de leituras, apresentações teatrais, baseadas na poesia e na prosa e dotadas de toda a estrutura cênica: diretores, sonoplastas, iluminadores, músicos, fotógrafos. O evento ocorre no Itaú Cultural, em São Paulo.
Desta edição do evento participam os escritores Betty Milan, com Consolação (texto baseado em seu romance homônimo, com direção de Miguel Prata); Glauco Mattoso e Marcos Fidalgo, com Entre+Vistas (uma conversa improvisada entre os dois, dirigida por Leandro Goddinho); Gero Camilo, com Cajita de Monerías (em que, com acompanhamento musical de Eugênio La Salvia e direção de Paula Cohen, o autor interpreta poemas seus); e Denio Maués, Maria Carolina Morais e Plínio Camillo, com DCC – Dramaturgia Concisa e Contemporânea (projeto em que escritores e autores escrevem e encenam obras criadas a partir de temas propostos ao vivo). Todas as peças terão interpretação em Libras (Língua Brasileira de Sinais).
O projeto, curado e idealizado pelo escritor Marcelino Freire, proporciona uma oportunidade única para o autor – que interpreta o próprio texto e sente a reação da plateia – e para o público, que entra em contato com a obra na voz e no corpo de seu criador. Nos anos passados, AuTORES EM CENA teve a participação de autores como Lourenço Mutarelli, Férrez, Chacal, João Gilberto Noll, grupo Sátiros, João Silvério Trevisan e Cíntia Moscovich e diretores como Antonio Cadengue, Olívia Araújo e Eugênio Lima. Em 2010, foi parte da programação da Flip.
Nesta edição, acontece também uma homenagem ao diretor de teatro Mário Pazini (1962-2014), falecido, com 51 anos, em março. Segundo Marcelino Freire, “ele foi um dos criadores do grupo Clariô de Taboão da Serra e um grande guerreiro, referência para nós todos na luta pela arte na periferia de São Paulo” (acesse também um poema de Marcelino sobre o homenageado). Em sua lembrança, será apresentado um vídeo e feito um pequeno discurso. Em 2009, Pazini participou do AuTORES EM CENA, como diretor de “Pedras Não Falam Mas Quebram Vidraças”, com Férrez e Sérgio Vaz. Assista ao vídeo da peça.
No nosso canal do YouTube você assiste a 31 montagens anteriores, na íntegra. Na aba Programação, confira a descrição das peças e das minibiografias dos participantes.
AuTORES EM CENA
sábado 12 e domingo 13 de abril
sábado, às 20h, e domingo, às 19h
Criação e curadoria
Marcelino Freire
12
Abr/14
/1º Ato: Consolação / 2º Ato: Entre+Vistas Sábado - 20:00
Consolação
com Betty Milan
direção de Miguel Prata e participação especial de Barbara Riethe
Baseada em romance homônimo de Betty Milan, a história se passa entre Paris e São Paulo, onde a heroína, do livro e da peça, dialoga com vivos e mortos. Música de Fabio Carrilho.
Entre+Vistas
com Glauco Mattoso e Marcos Fidalgo
direção de Leandro Goddinho
Dois autores glaucomatosos, um veterano e um estreante, se encontram no palco para uma conversa improvisada sobre realidade e ficção, vida e literatura.
Participantes
Betty Milan
É psicanalista e escritora. Autora de romances, ensaios, crônicas e peças de teatro. Suas obras também foram publicadas na França, na Argentina e na China. Colaborou nos principais jornais brasileiros e foi colunista da Folha de S.Paulo e da Veja. Trabalhou para o Parlamento Internacional dos Escritores, sediado em Estrasburgo, na França. Em março de 1998, foi convidada de honra do Salão do Livro de Paris, cujo tema era o Brasil. Antes de se tornar escritora, formou-se em medicina pela USP e especializou-se em psicanálise na França com Jacques Lacan.
Miguel Prata
É ator e professor de teatro. Durante quatro anos integrou o Grupo de Teatro Meio, da Cooperativa Paulista de Teatro. Com ele foi sócio do Teatro Lá em Casa – espaço cultural na Barra Funda no qual foi responsável pelo projeto e pela instalação da iluminação e dirigiu uma criação coletiva do grupo, Apocalip-se Você Também. Em 2010 participou do Soft Borders – o 4º Congresso & Festival do Upgrade! International Network, que aconteceu em São Paulo – com o espetáculo Mobile, financiado pela Fapesp.
Barbara Riethe
É atriz, fundadora do N8 Coletivo Teatral. Bacharel em artes cênicas pela USP, formou-se na mesma área pela Escola Municipal de Teatro de Londrina e em canto lírico com a professora da Universidade Estadual de Londrina Semiramis Luck. É atriz do Grupo Vozes, dirigido por Betty Milan, autora do curta Como Esconder um Corpo e membro da Academia de Letras, Ciências e Artes de Londrina, como sócio colaboradora cultural. Atuou nas peças Noites Brancas (2012 e 2013), adaptação do romance homônimo de Fiódor Dostoiévski, e em A Vida É um Teatro (2012). Foi atriz do grupo COMUCO, de pesquisa com narração e criação dramatúrgica, e participou das óperas Trial by Jury, de Arthur Sullivan, e The King Arthur, de Henry Purcell (2006 e 2007). Ganhou o Prêmio Elos Clube de Faro em Literatura.
Glauco Mattoso
Nasceu na zona leste de São Paulo em 1951. Pedro José Ferreira da Silva se rebatizou com o nome artístico Glauco Mattoso em alusão ao glaucoma congênito que o fez perder a visão progressivamente até a cegueira total, em 1995. Hoje é uma das referências mais importantes dentro da poesia contemporânea brasileira, tendo escrito mais de 4 mil sonetos e 15 livros de contos, entre eles Contos Hediondos (2009).
Leandro Goddinho
É cineasta e ator. Em 2009, seu curta DARLUZ foi um dos cem selecionados para o 10th International Film Festival Hannover (veja em: http://vimeo.com/20226467). Goddinho também foi um dos cinco jovens cineastas selecionados de todo o mundo para participar do Workshop Sprungbrett na Alemanha. Em 2011, estreou na direção teatral com o espetáculo A Árvore Seca. Já trabalhou com Marcelino Freire no documentário SP – Solo Pernambucano, de Wilson Freire, sobre a obra do escritor, e no espetáculo Mataram o Salva-Vidas, dirigindo Marcelino em um solo literoteatral.
13
Abr/14
/1º Ato: Cajita de Monerías / 2º Ato: DCC – Dramaturgia Concisa e Contemporânea Domingo - 19:00
Cajita de Monerías
com Gero Camilo
direção de Paula Cohen e participação especial de Eugênio La Salvia
Acompanhado por um músico, o ator e autor Gero Camilo interpreta poemas seus, inéditos, escritos entre a Cidade do México e São Paulo. Esses poemas farão parte da obra de mesmo nome que será publicada pela editora Edith, ainda neste ano, com coordenação de Marcelino Freire.
DCC – Dramaturgia Concisa e Contemporânea
com Denio Maués, Maria Carolina Morais e Plínio Camillo
apresentação e direção de Claudia Schapira e Ana Roxo e participação especial de Danilo Grangheia e Georgette Fadel
Esse projeto, que acontece mensalmente no Núcleo Bartolomeu de Depoimentos, valoriza a experimentação e o improviso entre autores e atores, cada um tendo de escrever e interpretar a partir de temas propostos ao vivo.
Participantes
Gero Camilo
É autor, diretor e ator de teatro e cinema. Estreou no teatro profissional em Cândida Erêndira e Sua Avó Desalmada, de Gabriel García Márquez, ao lado de Esther Góes. Depois escreveu, dirigiu e protagonizou o monólogo A Procissão, que mantém em repertório. No cinema, atuou em Bicho de Sete Cabeças (que lhe rendeu prêmios no festival de Brasília e de Recife), Cidade de Deus, Carandiru e Narradores de Javé. Na TV, participou de séries como Hoje É Dia de Maria, Som & Fúria e Gabriela. Em 2009, conquistou o Prêmio de Melhor Ator Coadjuvante no Festival do Rio pela atuação em Hotel Atlântico. Recentemente foi ator e autor de A Casa Amarela, em que interpretou Van Gogh.
Paula Cohen
É atriz formada pela Escola de Arte Dramática (EAD/USP). Atuou nos espetáculos Arena Conta Danton, com direção de Cibele Forjaz, em 2005; De Quatro, com texto e direção de Gustavo Machado (2004/2005); Entreatos, com direção de Gero Camilo e Ivan Andrade; e Divinas, sob a direção de Camilla Amado, em (2003). No cinema, atuou nos curtas Parabéns (2005), Ímpares (2003) e Let’s Try to Forget (2000) e nos longas Avassaladoras (2002) e Por Trás do Pano (1999). Em 2010 esteve em cartaz com a peça O Clã das Divorciadas e em 2013 trabalhou com os Parlapatões na peça Parlapatões Revistam Angeli, em que deu vida à personagem Rê Bordosa.
Eugênio La Salvia
É ator formado pela USP e músico formado pela Universidade Livre de Música (ULM). Foi integrante do grupo Doutores da Alegria de 2001 a 2004. Como ator, trabalhou com os diretores Gianni Ratto, José Rubens Siqueira, Elias Andreatto, Celso Frateschi, José Possi Neto, Iacov Hillel. Como palhaço, atuou nos espetáculos A Banda, de Cristiane Paoli Quito, Gigantes de Ar, da Pia Fraus Teatro, e Reprise, do grupo La Minima. Integra a Banda Gigante ? Excêntricos Musicais, que no final de 2007 lançou seu primeiro CD, Movimenta o C.E.L.E.B.R.O. É palhaço-atleta e músico da peça Jogando no Quintal ? Jogo de Improvisação de Palhaços.
Denio Maués
Integra o Centro de Dramaturgia Contemporânea (CDC), em São Paulo. Já teve textos encenados em peças como Jardim Inverso (direção de Paulo Faria). Em 2012, com o CDC, participou, em Portugal, do projeto Capitanias Dramatúrgicas, que resultou na escrita de textos inéditos sobre a relação entre os dois países. Em 2013, colaborou na dramaturgia da peça Ingratidão (montagem da Casa Laboratório e direção de Cacá Carvalho). É um dos autores do espetáculo Arquitetura da Dramaturgia, que estreará no dia 12 de abril de 2014, no Teatro Garagem. Também neste ano lança livro de peças na coleção Palavras para Teatro.
Maria Carolina Morais
Tem 29 anos, é recifense e atua como tradutora.
Plínio Camillo
É autor de O Namorado do Papai Ronca. Participou das coletâneas Abigail e Assim Você me Mata, publicadas pela Editora Terracota. Mantém os blogs Outras Vozes (http://negrosoutrasvozes.wordpress.com), Bombons Sortidos (http://contosbombonsortidos.wordpress.com) e Coração Peludo (http://cervejaerua.wordpress.com).
Claudia Schapira
Nasceu em Buenos Aires, Argentina. Naturalizada brasileira, é dramaturga, atriz, diretora e figurinista, formada em rádio e TV pela Faculdade Armando Alvares Penteado (Faap) e em interpretação pela Escola de Arte Dramática (EAD/USP). É artista fundadora do Núcleo Bartolomeu de Depoimentos, no qual atua como diretora, dramaturga, atriz-MC e figurinista. Trabalha com importantes nomes do teatro, como Ulysses Cruz, José Possi Neto, Cibele Forjaz, Luís Melo e Daniela Thomas, e do cinema, como Tata Amaral, Fabrizia Pinto e Fernando Meirelles. Ao longo de sua carreira foi premiada por seus textos (Prêmio Femsa/Cola-Cola 2009, Prêmio Pananco/Coca-Cola 2001 e Prêmio Cooperativa 2008) e figurinos (Prêmio Shell 2005 e Prêmio Mambembe 1995). É criadora da marca de roupas exclusivas Nossa Senhora da Pouca Roupa.
Ana Roxo
É roteirista, dramaturga, poeta e professora, formada em direção teatral pela Escola de Comunicação e Artes (ECA/USP), onde também cursou a Escola de Arte Dramática (EAD). Foi indicada ao Prêmio Shell 2012 de Melhor Autora pela peça Cabeça de Papelão, da Cia. da Revista. Atualmente trabalha como roteirista na Miração Filmes, tendo realizado as séries Retrovisor, Arquiteturas, Brasil 2050 e o documentário 100 Anos-Luz. É professora da Escola Livre de Teatro (ELT), de Santo André, da qual foi coordenadora do Núcleo de Dramaturgia. No teatro, entre seus principais trabalhos estão: Vigília (atriz e codiretora), Gardênia (dramaturga), Aqui Quase Longe (dramaturga), A Invenção de Loren (diretora e dramaturga), Para um Banho Depois da Tarde (diretora e dramaturga em coautoria com Cássio Pires), Mais Um (diretora) e 3×4/18×24 (diretora e dramaturga).
Danilo Grangheia
É ator e diretor, formado pela USP e pelo Mary Ward Centre of London. Atuou em Êxodos – O Eclipse da Terra (pelo qual recebeu o Prêmio APCA de Melhor Ator), Quem Tem Medo de Curupira? (Prêmio Femsa de Melhor Ator Coadjuvante), Cardenio e Oresteia – o Canto do Bode (indicado aos prêmios Shell e Qualidade Brasil de Melhor Ator). No cinema, trabalhou em A Bruta Flor do Querer, de Dida Andrade e Andradina de Azevedo; Cara ou Coroa, de Ugo Giorgetti; O Que Se Move, de Caetano Gotardo; London (UK), de Ana Jara, entre outros. Dirigiu os espetáculos Nunzio, Banda Hamlet e A Saga Musical de Cecília….
Georgette Fadel
É atriz e diretora, formada pela USP. Recebeu em 2007 o Prêmio Shell de Melhor Atriz pela peça Gota D’Água – Breviário. Como diretora, realizou O Duelo, Quem Não Sabe Mais Quem É, o Que É e Onde Está Precisa Se Mexer, Biedermann e os Incendiários, Um Credor da Fazenda Nacional e Pedro o Cru. Como diretora musical, O Santo Guerreiro e o Herói Desajustado, Primeiro Amor, Gota D’Água – Breviário, De que Orlando me Disse e Bartolomeu, o Que Será Que Nele Deu?. É professora de interpretação na Escola Livre de Teatro (ELT) de Santo André, São Paulo.