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Aumento do nível do mar é estudado em Santos (SP) | Horizonte

Publicado em 27 setembro 2017

Mudanças climáticas já acontecem. Elas não virão daqui 100 anos, nem estão concentradas em outros continentes. Elas são hoje e muito próximas de nós. Prova disso é um estudo recente que mostra que a cidade de Santos (SP) já está exposta a tempestades, erosão de solo e intrusão de água salgada, devido ao aumento do nível do mar.

Com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), o Projeto Metrópole tem avaliado a relação entre as alterações climáticas e o aumento do nível do mar.

Em Santos, acredita-se que as mudanças climáticas provocarão a subida do nível do mar em pelo menos 18 centímetros até 2050, podendo chegar até 45 centímetros em 2100. Essa elevação do nível do mar poderá alcançar uma altura de dois metros, durante marés altas, tempestades e ressacas.

A pesquisa faz também projeções dos impactos associados à elevação da temperatura oceânica e chuvas extremas. Segundo o estudo, os principais riscos são os deslizamentos de terra, as enchentes e a contaminação de águas subterrâneas. Vale destacar que as áreas suscetíveis à inundação já apresentam problemas de drenagem.

“As adaptações serão necessárias, não há como escapar. E não estamos falando sobre mudanças do clima em um futuro distante – é preciso entrar em ação agora”, afirma José Marengo, climatologista e coordenador da pesquisa.

Este estudo existe desde 2013 e analisa os impactos das mudanças climáticas no Brasil, na Inglaterra e nos Estados Unidos. Santos foi escolhida por ter dados mais completos sobre variações de marés e o georreferenciamento mais preciso .

Como lidar com o aumento do nível do mar

Segundo os pesquisadores, monitorar o clima e avaliar seu impacto é a melhor forma de gerir estas mudanças, que tendem a aumentar conforme o tempo.

São apontados dois caminhos para a preparação e diminuição dos impactos das mudanças climáticas: o proativo e o reativo. As medidas proativas são para preservar e proteger os recursos – antecipando-se aos impactos. As medidas reativas são implementadas após o impacto das mudanças climáticas.

É importante sempre lembrar que as medidas proativas podem preservar não só a natureza e a cidade, como vidas. Enquanto as medidas reativas tendem a custar mais para as cidades, além de expor nossas vidas e bens. Mas implementar medidas proativas não significada que não haverá a necessidade das medidas reativas.

Apoio governamental

Graças a este projeto, Santos foi a cidade que teve o Plano Municipal de Adaptação às Mudanças Climáticas melhor estruturado. O que lhe rendeu apoio do Governo Federal para aprimorar os estudos sobre o tema. “Entre todas as cidades brasileiras, Santos foi escolhida justamente pelo conhecimento que adquiriu ao concluir o plano municipal”, explica Jaqueline Madruga, representante do Ministério do Meio Ambiente.