De acordo com um estudo feito por pesquisadores da USP e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a cada 10% de aumento da ingestão de alimentos ultraprocessados, o risco de morte prematura sobe 3%. O artigo publicado na revista científica American Journal of Preventive Medicine , também indica que esses alimentos representam um fator de risco para doenças.
“ Por exemplo, uma recente revisão ampla de múltiplos estudos revelou que o consumo desses alimentos está associado a risco de 32 doenças, principalmente as crônicas não transmissíveis, como obesidade, doenças cardiovasculares, doenças digestivas, diabetes e até problemas de saúde mental, incluindo depressão “, afirma um dos pesquisadores, Eduardo Nilson, da Fiocruz Brasília.
Este artigo analisou dados alimentares de oito países, inclusive o Brasil. São eles: Austrália, Canadá, Chile, Colômbia, Estados Unidos, México e Reino Unido. Ao analisar todos eles, os pesquisadores indicam que a mortalidade prematura atribuível variava de 4% até perto de 14% das mortes.
“ Ou seja, mesmo em cenários de consumo relativamente menor desses alimentos já existe uma carga relevante sobre a saúde das populações e, quanto maior o consumo, maior o impacto na mortalidade “, diz Eduardo.
Segundo outro levantamento da Fiocruz, no Brasil, 57 mil mortes são atribuíveis a esses alimentos em 2019. O o número é equivalente a 10,5% do total de mortes no país, naquele ano.
Na última decada, foi registrado um aumento médio de 5,5% no consumo de alimentos ultraprocessados pelos brasileiros, de acordo com um estudo sobre o perfil de consumidores, d a Revista de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP).