No dia 3 de novembro, às 17h, na Biblioteca"?Prof. Paulo de Carvalho Mattos" da Faculdade de Ciências Agronômicas da Unesp, acontece o lançamento do Atlas da Diversidade de Madeiras do Cerrado Paulista, de autoria de Julia Sonsin, Peter Gasson, Silvia Machado, Caroline Caum e Carmen Regina Marcati..
O livro teve assessoria da Fundação para o Apoio à Pesquisa do estado de São Paulo (Fapesp) e é editado pela Fundação de Estudos e Pesquisas Agrícolas e Florestais (Fepaf).
O Atlas é resultado da colaboração de um grupo distinto de anatomistas de plantas, sendo quatro deles professores e pesquisadores da Unesp, com ligação com o Instituto Florestal do Estado de São Paulo e um pesquisador do Laboratório Jodrell do Jardim Botânico Real do Kew (UK) - um exemplo muito bom de cooperação internacional produtiva.
A obra é totalmente bilíngüe, com textos, glossários, etc, em português e inglês. Traz excelentes fotografias coloridas das características morfológicas (flores, frutos, folhas, cascas, etc) e, além disso, cortes longitudinais e transversais da madeira para a maioria das 91 espécies importantes abrangidas no texto.
O trabalho é dirigido a pesquisadores, leigos e outros interessados no tema e pode servir como fonte de informação e ferramenta de identificação.
Abaixo, trecho do prefácio do Atlas escrito pelo pesquisador Jim Ratter do Royal Botanic Garden Edinbugh, UK:
"Este excelente trabalho sobre a flora do cerrado brasileiro aparece em um momento muito apropriado quando o foco na conservação das áreas remanescentes dessa vegetação extremamente ameaçada é cada vez mais urgente. Quarenta e cinco anos atrás, quando iniciei meus estudos no bioma cerrado, o uso dessa área de dois milhões de quilômetros quadrados, aproximadamente o mesmo tamanho da Europa Ocidental e apenas ultrapassada pela floresta amazônica no Brasil, estava limitado a criação de gado utilizando a vegetação natural e agricultura de quase-subsistência. Entretanto, tudo isso mudou com a introdução da agricultura mecanizada moderna, apoiada em seus estágios iniciais por generosos subsídios do governo brasileiro, e agora pelo menos 70% da área original do bioma é dedicada à agricultura intensiva extrema (principalmente pecuária e produção de soja). Em algumas áreas, tais como o estado de São Paulo, a proporção é muito maior do que isso e apenas uma proporção muito pequena do cerrado original sobrevive. Essa destruição da vegetação nativa passa a ser considerada de grande preocupação em qualquer lugar, mas é ainda mais grave porque o bioma cerrado tem cerca de 11.500 espécies nativas de plantas vasculares e é classificado como um dos 25 mais importantes hotspots mundiais de diversidade global".
O Atlas da Diversidade de Madeiras do Cerrado Paulista está à venda na sede da Fepaf, na Fazenda Experimental Lageado ou pelo e-mail marina@fepaf.org.br
FCA/Botucatu