Resultado está relacionado à poluição, desmatamento, descarte de lixo, pisoteio e incêndios, que excluem as plantas do habitat natural
Uma pesquisa publicada na revista Nature comprovou o impacto das atividades humanas em 119 regiões ao redor do mundo e constatou que a presença humana influencia a perda de 80% da biodiversidade – o que especialistas chamam de dark diversity ou “diversidade faltante”.
Diversidade faltante é um conceito que identifica espécies nativas que poderiam viver em determinadas regiões, mas estavam ausentes. A partir desta definição, pesquisadores são capazes de entender o potencial da diversidade vegetal no local e também o impacto das atividades humanas sobre ela.
Em regiões com pouco impacto humano, os ecossistemas perdem dois terços das espécies potencialmente adequadas, por fatores naturais, a exemplo da dispersão limitada.
No entanto, o levantamento iniciado em 2018 apontou que, em regiões com grande atividade humana, os ecossistemas apresentam apenas uma das cinco espécies adequadas à região.
Classificado pelos pesquisadores como alarmante, o resultado está relacionado à poluição, desmatamento, descarte de lixo, pisoteio e incêndios, que excluem as plantas do habitat natural e dificultam o processo de recolonização.
Outros fatores que contribuem para o empobrecimento da vegetação são a fragmentação; a perda de conectividade; a perda de espécies, em especial as que espalham sementes; extração de madeira; e eutrofização, processo em que há aumento de nutrientes em rios, lagos e estuários.
“Também descobrimos que a influência negativa da atividade humana era menos pronunciada quando ao menos um terço da região ao redor permanecia intacta, o que reforça a meta global de proteger 30% do território terrestre até 2030”, defende Meelis Pärtel, professor do Instituto de Ecologia e Ciências da Terra da Universidade de Tartu, na Estônia.
*Com informações da Agência FAPESP.