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Atividade física na infância e adolescência traz benefícios permanentes ao coração (61 notícias)

Publicado em 20 de setembro de 2024

A prática de esportes durante a infância e a adolescência leva benefícios cardiovasculares para a vida toda, independentemente de o indivíduo ser fisicamente ativo quando adulto. Foi o que mostrou um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp).

De acordo com resultados divulgados na revista Sports Medicine Open, as vantagens observadas estão relacionadas à modulação autonômica cardíaca (controle da frequência cardíaca pelo sistema nervoso autônomo), um importante marcador de risco cardiovascular e de mortalidade.

“Analisamos a prática esportiva neste estudo porque ela é mais fácil de ser lembrada pelas pessoas. E conseguimos ajustar os dados, separando o que era benefício cardiovascular resultante da prática esportiva na infância ou adolescência e o que provinha de atividade física atual”, explica à Agência FAPESP Diego Christofaro, professor da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Unesp, campus de Presidente Prudente, e autor principal do artigo.

Desse modo, acrescenta o pesquisador, foi possível concluir que o exercício físico funciona como uma “poupança” para ser usada ao longo da vida. “Os benefícios para o sistema autonômico cardíaco parecem ser permanentes”, afirma.

Como lembra Christofaro, o sistema nervoso autônomo é dividido em dois ramos principais: o parassimpático (que entre outras coisas faz o coração desacelerar) e o simpático (responsável por aumentar a frequência cardíaca). O bom funcionamento cardiovascular exige um equilíbrio entre esses dois mecanismos.

“Sabemos que o exercício físico é um estressor, tanto que o esperado é que a frequência cardíaca e a pressão arterial aumentem durante a prática de exercício. Isso se deve, em parte, a ajustes do sistema nervoso autônomo. Mas o que acontece com o organismo quando ocorre a prática regular de esportes na infância e adolescência? Vão surgindo adaptações para chegar ao equilíbrio ideal, com predominância do parassimpático”, relata o pesquisador.

Ou seja, o exercício promove uma série de adaptações para que o organismo responda mais adequadamente a situações de estresse. E isso se mantém mesmo que a atividade física seja menor na vida adulta.

Segundo as análises, os indivíduos que praticaram esportes na infância ou adolescência apresentaram melhores parâmetros tanto na variabilidade global da modulação autonômica cardíaca quanto da modulação parassimpática, independentemente do nível de atividade física registrado durante o experimento.