Cientistas da UNICAMP e da Universidade de Bristol descobriram que a mecânica gravitacional do sistema Sol-Terra-Lua está intimamente ligada à atividade metabólica das plantas, animais e seres humanos.
Estudo indica que a mecânica gravitacional do sistema Sol-Terra-Lua está intimamente ligada à atividade rítmica dos organismos biológicos. Imagem: Darkmoon Art
Do ponto de vista científico, a Astrologia continua sem indícios amplos de que apresente qualquer efeito consistente na vida das pessoas, enquadrando-se mais como doutrina espiritual do que científica. A Astronomia, no entanto, nunca esteve tão próxima de uma explicação astrológica quanto agora.
Acontece que um estudo conduzido por investigadores da UNICAMP e da Universidade de Bristol acabou de colocar em evidência a influência da atração gravitacional gerada pelo sistema Sol-Terra-Lua em organismos biológicos, tanto vegetais quanto animais.
Toda a matéria, inerte ou viva, experimenta na Terra os efeitos das forças gravitacionais do Sol e da Lua, expressos sob a forma de marés - Cristiano de Mello Gallep à Agência FAPESP .
Isto significa que desde uma pedra largada no chão até um ser humano a navegar pela Internet, tudo o que existe no planeta Terra está sujeito à atração gravitacional da própria Terra, do Sol e da Lua (responsáveis por gerar as marés oceânicas e movimentar as placas tectónicas, por exemplo). Faz sentido, portanto, analisar os seus efeitos nos seres vivos.
Devido à influência da Lua e o Sol, observamos variações do nível das águas (marés).
Na imagem, a variação da maré (alta, esquerda; baixa, direita) na Abadia do Monte Saint-Michel, França. pic.twitter.com/NIylMQ4q29
Jorge Melendez (@DrJorgeMelendez) September 7, 2021
O estudo analisou três casos diferentes: a atividade locomotora de crustáceos conhecidos como isópodes; a atividade reprodutiva em colónias de corais marinhos; e a modulação do crescimento em mudas de girassol. Os resultados indicam que as marés gravitacionais são suficientes para organizar o comportamento cíclico dos organismos em todos os três casos.
Mais especificamente, os seres vivos analisados sincronizam o seu comportamento com a descida e a subida das marés, mesmo quando estão em laboratórios fechados com condições estáveis e controladas. Isto indica que a atração gravitacional dos outros corpos celestes influencia diretamente o comportamento destes organismos.
As marés gravimétricas constituem uma força tangível e potente que molda as atividades rítmicas dos organismos.
Com isto, os autores questionam inclusive a validade de experiências de execução livre, onde vários fatores ambientais são controlados, mas as oscilações gravitacionais não são levadas em consideração, já que elas influenciam os organismos e, consequentemente, o resultado das experiências.
Mas afinal, o Sol e a Lua influenciam o comportamento humano?
Inicialmente, o estudo surgiu após o investigador Cristiano de Mello Gallep perceber periodicidades em experiências com germinação de sementes, que acabaram por provar ser fruto das marés gravitacionais. Mas os investigadores foram muito além disso nas suas questões.
Assim, foi verificado também que seres humanos isolados da luz, por exemplo, tendem a estabelecer uma flutuação cíclica nos seus comportamentos que está em consonância com o ciclo lunar. O fenómeno é geralmente constatado em pessoas que passam muito tempo em cavernas, alternando períodos de vigília e sono, horários de alimentação e diversas outras funções metabólicas.
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Portanto, a resposta é sim: o Sol e a Lua influenciam o comportamento humano. O efeito destes astros, no entanto, tem a ver com a atração gravitacional e os ciclos de movimentação em redor da Terra, e não com a sua posição astral no horário do nascimento de um bebé. Para infelicidade dos astrólogos, ainda não foi desta vez que um estudo científico confirmou as suas hipóteses.