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Astronautas visitarão telescópio Hubble pela última vez

Publicado em 06 maio 2009

SÃO PAULO - O próximo lançamento do ônibus espacial Atlantis, previsto para o próximo dia 11, entrará para a história por conta de sua missão: será a última vez que astronautas visitarão o Hubble, que se encontra em órbita há 19 anos.

Serão feitos reparos e instalados instrumentos para permitir o bom funcionamento do telescópio espacial até que ele seja substituído pelo James Webb, que está previsto para entrar em operação a partir de 2013.

O Hubble é resultado de parceria entre as agências espaciais norte-americana (Nasa) e europeia (ESA) e está a cerca de 560 quilômetros da Terra, longe dos efeitos da atmosfera que limitam a eficiência dos telescópios terrestres.

Os sete astronautas a bordo da Atlantis deverão ser os últimos a encontrar o instrumento astronômico mais popular na história e que promoveu um impacto singular na astronomia por conta de suas observações.

Essa será a quinta missão de manutenção do telescópio – as outras ocorreram em 1993, 1997, 1999 e 2002. Astronautas realizarão cinco caminhadas no espaço para efetuar os ajustes e a instalação de novos equipamentos.

Os dois principais instrumentos que o Hubble receberá são o Espectrógrafo de Origens Cósmicas (COS, na sigla em inglês) e a Câmera de Campo Amplo 3 (WFC3).

Segundo a ESA, os dois empregam novas tecnologias que permitirão um 'grande aumento no potencial do telescópio de ajudar a descobrir e fazer observações da luz efêmera de estrelas e galáxias jovens'.

O COS será usado principalmente no estudo de quasares distantes que passaram por nuvens de gás intergaláctico e galáxias por sua trajetória na história do Universo.

Ao separar a luz de quasares em diferentes comprimentos de onda e estudar quando cada uma delas é absorvida, astrônomos podem determinar a composição química e a localização exata de matéria pelo caminho do quasar. Isso fornece informações tanto da estrutura em larga escala como da evolução da composição química do Universo.

O WFC3 será o primeiro instrumento do Hubble capaz de obter imagens nos comprimentos de luz visível, infravermelha e ultravioleta. Com ele, pesquisadores terão uma importante oportunidade de observar diferentes populações estelares em galáxias distantes e de procurar por água ou gelo em corpos no Sistema Solar.

- Após essa nova missão, o Hubble se tornará um observatório consideravelmente mais poderoso do que jamais foi. E estará devidamente equipado para continuar a cumprir seu papel fundamental na astrofísica observacional na próxima década - disse Bob Fosbury, chefe da coordenação europeia do Hubble.

As informações são da Agência Fapesp