São falsas as informações de que foi criada em Israel uma vacina contra o novo coronavírus. Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde) não há, até o momento, nenhum medicamento antiviral específico para prevenir ou tratar a Covid-2019.
Comentários sobre um produto pronto para uso, que chegaria ao mercado em maio, viralizaram nas redes sociais nos últimos dias. Na verdade, cientistas israelenses ainda trabalham no desenvolvimento do medicamento, que pode começar a ser testado em poucas semanas.
O processo até a aprovação da vacina pelas agências reguladoras, entretanto, deve demorar meses, de acordo com o chefe do departamento de biotecnologia do Instituto de Pesquisa da Galiléia (Migal) em Israel, Chen Katz, em entrevista ao jornal The Times of Israel na semana passada.
O rápido progresso no desenvolvimento da vacina no país se deve, segundo Katz, ao fato de que pesquisadores tentam adaptar, para o combate da Covid-19, um medicamento já criado por israelenses contra outro tipo de coronavírus que provoca bronquite infecciosa em aves.
Vale ressaltar que outras possíveis vacinas, como a norte-americana, já estão mais adiantadas, sendo inclusive testada em humanos. Mas nada garante que a abordagem realizada nos Estados Unidos dará origem a uma forma eficiente de imunização. Mesmo se der certo, pode levar meses.
No Japão, testes preliminares sugerem que o medicamento favipiravir, produzido comercialmente com o nome de Avigan, também pode ter efeitos positivos contra a atual pandemia do novo coronavírus. O fármaco, porém, ainda não tem registro na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), não podendo, portanto, ser vendido no Brasil.
Já a abordagem brasileira, que tem apoio da Fapesp (agência de fomento à pesquisa do governo estadual de São Paulo), poderá chegar aos testes com animais nos próximos meses.
Na semana passada, outra fake news sugeria que Cuba havia desenvolvido vacina contra o novo coronavírus e enviado à China. De acordo com o diretor de investigações biomédicas do Centro de Engenharia Genética e Biotecnologia de Cuba, Gerardo Guillen, obter a vacina, entretanto, levará de um ano a um ano e meio.