A unha saudável é rosada, forte, sem manchas e tem crescimento normal - em média, 0,03 milímetros por mês. As Unhas dizem muito sobre nossa saúde, mas infelizmente a maioria das pessoas só lhes dá atenção quando a estética incomoda, alerta a dermatologista Robertha Nakamura, coordenadora do Centro de Estudo das Unhas CEU da Santa Casa do Rio de Janeiro. Uma Coloração diferente na unha, assegura a médica, pode ser o reflexo de alguma doença. Imperfeições na coloração, na espessura e no formato da unha podem ser consequências do contato com agentes externos, sobretudo produtos químicos, mas também podem indicar doenças sistêmicas - aquelas que afetam vários órgãos do corpo, como fígado, coração, rins, pulmão e a glândula tireóide.
O primeiro passo ao notar uma alteração é procurar orientação médica. Mas sem desespero, aconselha o dermatologista Emerson Vasconcelos, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia SBD. Nem sempre vai significar alguma doença. Somente um médico dermatologista pode traduzir a alteração e, assim, encaminhar o paciente, se for necessário, para outro especialista, explica.
Dosar o uso de esmaltes, sobretudo os escuros, facilita a análise das unhas no dia a dia.
Quem retira o esmalte e aplica outro em seguida não tem tempo de observar bem o aspecto que está por baixo da coloração, alerta Vasconcelos.
Deficiências alimentares são as principais responsáveis pelo enfraquecimento das unhas. Muitas doenças que se refletem nas unhas estão ligadas ao sistema nutricional, afirma a nutróloga Daniela Jobst, do Centro Brasileiro de Nutrição Funcional Fortalecer o organismo é importante e, por isso, devemos ingerir regularmente fontes de enxofre, como o alho zinco, presente no açafrão e no gengibre ômega 3, disponível no salmão e na linhaça além de castanhas e cereais integrais, recomenda a especialista.
Na ponta dos dedos
Quando você corta as unhas, nem imagina que está jogando fora um registro do que comeu há uns seis meses. E se tem cabelos compridos... cada fio conta os últimos anos da sua vida. Essa história pode ser desvendada com a ajuda dos isótopos estáveis. É o que fizeram pesquisadores como Gabriela Bielefeld Nardoto e Luiz Antonio Martinelli. Em trabalho realizado para o Centro de Energia Nuclear na Agricultura Cena da Universidade de São Paulo USP em Piracicaba, eles utilizaram essa técnica para descrever aspectos diversos da vida das pessoas e de outros seres vivos.
Os pesquisadores estavam curiosos em investigar como a cultura de supermercado alterou os hábitos alimentares de populações urbanas. Para isso, recolheram pedacinhos de unhas pelo mundo afora: Estados Unidos, Europa, Amazônia e região Sudeste do Brasil. Os resultados estão em artigo que publicado no American Journal of Physical Anthropology em setembro de 2006.
A expectativa era encontrar uma dieta homogênea entre áreas distantes, como resultado da globalização alimentar, mas não é isso que se vê. As análises feitas pelo grupo de Piracicaba mostraram que a partir da informação contida nos fragmentos de unhas é possível distinguir o que a pessoa andou comendo e onde: no Sudeste brasileiro, em pequenas comunidades amazônicas, nos Estados Unidos ou na Europa.
Além disso, Gabriela se surpreendeu em encontrar diferenças marcantes dentro da região amazônica: A população de Santarém já tem uma dieta completamente modificada em relação à região. Os dados mostram que, com frequência, os alimentos vendidos em Santarém são inclusive produzidos no Sudeste. Agência Fapesp
Problemas mais comuns
Baqueta de tambor ou vidro de relógio - Tem a espessura arredondada e se assemelha -aos objetos que lhe dão o nome popular. Pode indicar problemas pulmonares crônicos, doenças circulatórias e falta de oxigenação.
Unha amarela - Pode ser sinal de anemia e ou de problemas pulmonares e nos vasos linfáticos.
Unha patela - A meia-lua tem forma triangular. Pode indicar problema nos ossos.
Unha de Terry - A unha fica toda branca. Pode indicar doenças relacionadas ao fígado.
Manchas pretas - Pode sinalizar um melanoma ungueal. Este câncer tem alto índice de mortalidade, apesar de não ser comum. Se não tratado, leva à amputação do dedo ou à morte, diz Robertha Nakamura, do CEU.
Unhas quebradiças - Bastante comum, sugere deficiência alimentar, desidratação das unhas ou hipotireoidismo. Para hidratá-las, use óleos. Os cremes não adiantam, aconselha Vasconcelos, da SBD.
A unha saudável tem coloração rosa, sem manchas e crescimento médio de 0,03 milímetros por mês.