A internet e o trabalho em rede já se tornaram ferramentas relevantes nos trabalhos de pesquisa e inovação das grandes companhias. O modelo adotado por muitas companhias é o de plataforma de conhecimento. Primeiro, a companhia mapeia especialistas na Universidade, para o projeto que pretende tocar. Depois, colocá-os em uma rede tipo Orkut, com o intuito de discutir determinados temas. Toda evolução da discussão se dá através de um software de uso controlado.
A lógica básica consiste em reunir conhecimento existente para um certo desenvolvimento tecnológico, montando um grupo de tecnologia. Com isso se consegue agilidade muito maior. Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) está muito mais relacionado com a troca de conhecimento do que com disponibilidade de informação . É o que fez a Braskem, conforme informa seu diretor de Tecnologia e Inovação Luiz Fernando Cassinelli.
O sistema permite, inclusive, interagir com o Sistema Lattes — uma base de dados de 500 mil nomes entre doutores, mestres e especialistas do meio acadêmico, um banco de dados único no mundo. Através do Currículo Lattes, a Braskem consegue mapear linhas de pesquisa nas universidades assim como pesquisadores mais adequados.
As informações foram levantadas em um dos workshops do Projeto Brasil, colocando frente a frente um representante das empresas e um da pesquisa acadêmica — Brito Cruz, ex-reitor da Unicamp e diretor científico da Fapesp.
O Papel das Pequenas
Segundo Brito, na Fapesp existem 750 empresas pequenas que receberam financiamento a fundo perdido para desenvolvimento tecnológico. São as com mais flexibilidade para negociar com as universidades. Em geral encomendam um projeto parta alguém da própria universidade montar. Sendo aprovado, o pesquisador é contratado para tocar o projeto, tendo a vantagem de saber que é quem dentro do instituto.