Notícia

Amazônia

As doenças do desmatamento (1 notícias)

Publicado em 22 de dezembro de 2015

Políticas para o gerenciamento da malária na Amazônia precisam levar em conta o desmatamento na região, concluiu uma equipe do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) que levantou o impacto da devastação da floresta na saúde da população.

Uma análise publicada em outubro relacionou dados de desmatamento e estatísticas de doenças em 773 municípios da Amazônia Legal entre 2004 e 2012.  Constatou–se que para cada 1% de floresta derrubada por ano viu-se um acréscimo de 23% nos casos de malária.  A incidência de leishmaniose também cresceu com o avanço do desmatamento, com um aumento entre 8% e 9% de casos.

Não foram registrados impactos da retirada da vegetação sobre doenças como sarampo, diarreia, dengue e males respiratórios.  O estudo, feito pelo biólogo Nilo Saccaro Junior e os economistas Lucas Mation e Patrícia Sakowski, não investigou como o desequilíbrio leva ao aumento de algumas doenças e não de outras.  Mas sugere que características dos vetores podem explicar a diferença.  O mosquito Anopheles, causador da malária, vive mais tempo e viaja distâncias maiores que o Aedes aegypti, que propaga a dengue, e com isso se deslocaria até áreas povoadas após a devastação de seus hábitats.  Também é possível que espécies que transmitem a malária de forma mais efetiva, como o Anopheles darlingi, tornem-se mais prevalentes do que espécies mais benignas, dizem os autores.

Fonte: Revista Fapesp