Em 2017, as taxas de imunização de crianças de até 1 ano de idade contra 17 doenças graves, que podem ser prevenidas por vacinação, atingiram os valores mais baixos em muito tempo no Brasil, segundo a revista Pesquisa, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
De acordo com a publicação, das 10 vacinas aplicadas no primeiro ano de vida, apenas uma, a BCG, contra tuberculose, administrada na maternidade, alcançou o nível de cobertura recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). As outras nove ficaram abaixo do indicado. No caso de seis imunizantes, a taxa de cobertura foi cerca de 20 pontos percentuais inferior à de 2015, abrindo caminho para os surtos de sarampo enfrentados na região Norte e criando o risco de reintrodução do vírus da poliomielite no país.
Especialistas consultados pela revista enumeraram ao menos nove razões que explicam a queda abrupta nos números, como a percepção enganosa de que as doenças desapareceram e o medo de efeitos indesejados produzidos pelas vacinas com base na divulgação de notícias falsas nas redes sociais.