Há seis décadas como parte da paisagem paulistana, a tipuana, árvore de origem boliviana, agora tem servido a pesquisadores como forma de investigar os níveis de poluição atmosférica e do solo da cidade ao longo das últimas décadas.
Por meio de um processo parecido com uma biópsia, pesquisadores tiram amostra do tronco da tipuana, onde é possível encontrar diferentes camadas de madeira –cada camada representa um ano de vida– e assim comparar a quantidade de substâncias poluidoras presentes em cada uma delas.
“Nas camadas referentes aos anos 1980, por exemplo, encontramos muito mais chumbo, isso porque o combustível daquela época continha essa substância, que foi proibida em 1989”, conta Marcos Buckeridge, professor do Instituto de Biociências da USP (Universidade de São Paulo) e um dos autores do estudo, feito em colaboração com pesquisadores da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). As amostras estudadas estavam em Cerqueira César (zona oeste). Agora a ideia é analisar árvores de todas as regiões da cidade e criar um mapeamento. “Isso nos ajuda a entender o que houve no passado para que possamos prevenir o futuro”, disse Buckeridge. METRO
Camadas das árvores acumulam poluentes / Reprodução/FAPESP