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USP - Universidade de São Paulo

Artista computacional expõe trabalhos na ECA (1 notícias)

Publicado em 08 de outubro de 2012

Por Bruna de Alencar dos Santos

Tania Fraga trabalha com arte computacional interativa desde 1987, usando tecnologias computacionais de realidade virtual, computação afetiva e física. Artista e arquiteta, é coautora do projeto de arquitetura do Instituto de Artes da Universidade de Brasília (UnB), doutora em comunicação e semiótica pela Pontífica Universidade Católica (PUC) da São Paulo, e atua como pesquisadora associada na UnB.

A pesquisa Tessituras Numéricas, desenvolvida como pós-doutorado na Escola de Comunicações e Artes (ECA), com bolsa da Fundação de Amparo à Pesquisa à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), investiga sistemas computacionais afetivos integrando poeticamente objetos físicos e virtuais em simbiose criativa com as pessoas. Esses sistemas aplicam recursos artísticos e computacionais para intensificar a relação poética entre o público e o universo técnico-artístico.

Nos dias 8 e 9 apresentará a exposição Exoendogenias, durante Semana de Pesquisa da ECA 2012, que acontece no prédio central da ECA. O convite para expor suas obras surgiu depois que a professora Maria Cristina Costa, do Departamento de Comunicações e Artes (CCA), conheceu seu trabalho com arte computacional interativa.

Tânia Fraga afirma que seu objetivo é sempre poético-estético, define arte computacional interativa como arte feita por programa. "Para mim na arte computacional o artista deve programar o software ou hardware que está desenvolvendo", afirma a artista.

A arte computacional no modelo apresentado pela artista Tania Fraga só existe dentro das universidades, com a exceção de alguns artistas que contratam um programador para fazer trabalhos esporádicos. "Eu chamo de arte experimental porque é pura pesquisa, você tem tudo por fazer, principalmente, na área da arte porque nada é feito para artista", diz Tania. "No geral softwares são feitos para serem aplicados e nós, artistas, trabalhamos com a criação de linguagem, explorando possibilidades que ainda não aconteceram. Essa pesquisa só pode acontecer dentro da Universidade, portanto a exposição está em um lugar adequado, que é a Semana de Pesquisa da ECA", afirma Tania.

A artista acredita que somente haverá uma mudança na área artística quando o artista se aprofundar no conhecimento de todo o processo artístico, e não somente uma parte. "Para mim só vai haver uma mudança de paradigma quando o artista passar a programar. Não dá para pensar no novo, se você não sabe os processos que ele implica", diz Tania. "Como você vai fazer uma pintura, se você não sabe usar a tinta? Como você vai fazer uma cerâmica se você não conhece a cerâmica? Não conhece os procedimentos?", questiona a artista.

Enigma é um objeto robótico cujas respostas aos movimentos do interator acontecem através de mudanças nas manchas luminosas que se movimentam em seu interior. Como realizar as mudanças é um enigma a ser descoberto pelo interator. Enigma é um objeto robótico que responde com variações de cores, de padrões luminosos, de números de LEDs acesos e de velocidades de acendimento dos LEDs. Os LEDs estão montados na base de uma caixa de madeira reciclada e de PETG. As cores, a leveza, e os movimentos resultam de uma construção precisa e cuidadosa. A opção poética é a leveza e a charada que oferece ao interator. A opção funcional é a simplicidade."Eu escolhi o nome Enigma porque eu sempre deixo possibilidades para o usuário poder descobrir, eu nunca dou uma solução pronta", justifica Tania Fraga

O outro trabalho, Variações Númericas é constituído de seis cybermundos, mundo virtual, onde se pode controlar os diferentes processos de cada mundo por meio de um capacete neural.

Mais informações: site www.eca.usp.br

Laboratório Agência de Comunicação