Após as denúncias de assédio sexual, especialmente nos Estados Unidos, o movimento “me too” (eu também) se espalhou para mostrar que várias outras mulheres eram vítimas de situações semelhantes ou idênticas, com destaque para aquelas em posição de visibilidade, tais como as atrizes.
Aqui apareceu o movimento “ele não” para combater o candidato que representava – e ainda representa – o atraso institucional, a misoginia, o negacionismo científico, o desprezo às artes e aos artistas, o militarismo, ou seja, o pior que pode existir em termos sociais.
Parecia que ia reverter a ascensão de tal candidato em 2018, uma vez que as mulheres são maioria do eleitorado brasileiro, mas a indústria de fakenews foi mais forte e não impediu a onda de extrema direita chegar à Presidência.
A influência do voto feminino é objeto de constante estudo e debate, e a revista Pesquisa FAPESP relatou em edição recente uma importante pesquisa sobre o gênero nas eleições.
A matéria completa pode ser lida neste link . Seria importante manter um site dinâmico com essas informações. Uma sugestão para a relevante matéria de Christina Queiroz, que recebeu o título “O gênero das eleições” na edição impressa, é que atualize a análise com os dados das eleições de 2024, mantendo um site com essas informações a cada pleito. Veremos quais mudanças surgem com o tempo, uma vez que a flutuação que se vê em outros recortes sociais é grande.
Neste espaço, discorri em outros artigos sobre questões eleitorais, com algumas inserções na análise das intenções de voto e eleição de candidatos em Campinas, além da mudança do perfil geral dos eleitos no Brasil em função de uma guinada para a direita incluindo a abstenção e uma discussão sobre a proporção de vereadores e prefeitos eleitos ao longo das últimas eleições.
O voto feminino será cada vez mais determinante na escolha de nossos governantes e representantes do Legislativo. Daqui a dois anos, teremos as eleições gerais para presidente, governador, senadores, deputados federais e estaduais. Acompanhemos.
Adilson Roberto Gonçalves, pesquisador da Unesp, membro da Academia de Letras de Lorena, da Academia Campineira de Letras e Artes, da Academia Campinense de Letras e do Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Campinas.