José Tadeu Arantes | Agência FAPESP – A impressão 3D, também chamada de manufatura aditiva (AM, conforme as iniciais da expressão em inglês), é uma tecnologia que combina três vantagens: é rápida, possibilita produzir objetos com liberdade de design e reduz a geração de resíduos.
Há várias técnicas de impressão 3D. Dentre elas, destaca-se, por sua acessibilidade, escalabilidade e possibilidade de processamento de uma ampla gama de materiais, a modelagem por deposição fundida (FDM). As aplicações incluem a fabricação de vários equipamentos utilizados em laboratórios eletroanalíticos: células eletroquímicas, matrizes, peças e, mais recentemente, eletrodos.
Um artigo de revisão, assinado por pesquisadores de várias universidades brasileiras, disponibilizou um protocolo completo para o uso de impressoras 3D FDM voltadas à fabricação de sistemas eletroquímicos, incluindo biossensores. O artigo foi matéria de capa de edição recente da revista Analytical Chemistry, da American Chemical Society: “ Electrochemical (Bio)Sensors Enabled by Fused Deposition Modeling-Based 3D Printing: A Guide to Selecting Designs, Printing Parameters, and Post-Treatment Protocols ”.
“Nosso guia orienta desde o design e a obtenção da estrutura, nas etapas iniciais da impressão, até a aplicação final, incluindo o aprimoramento dos eletrodos impressos para diferentes finalidades”, diz o pesquisador Bruno Campos Janegitz , professor e líder do Laboratório de Sensores, Nanomedicina e Materiais Nanoestruturados (LSNano) na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), no campus Araras.
Janegitze o professor Rodrigo Alejandro Abarza Muñoz, da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), foram os coordenadores do trabalho, que contou com apoio da FAPESP no âmbito do Projeto Temático “ Desenvolvimento de novos materiais estratégicos para dispositivos analíticos integrados “, coordenado por Lauro Kubota , e de uma Bolsa de Pós-Doutorado , concedida a Diego Pessoa Rocha .
Com descrições detalhadas e várias figuras explicativas, o guia destina-se a ajudar o usuário a entender e solucionar diversos problemas associados à impressão 3D. “Um problema a evitar é o vazamento da solução, muito comum em células impressas em 3D, de modo a obter objetos bem vedados, com alta qualidade”, afirma Janegitz.
O Laboratório de Sensores, Nanomedicina e Materiais Nanoestruturados da UFSCar – Araras tem usado esse tipo de impressão 3D desde 2018. E, com base nele, muitos trabalhos já foram desenvolvidos. A partir de parcerias com os grupos dos professores Muñoz, na UFU, e Juliano Alves Bonacin , na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a paleta de produtos foi ampliada, contemplando pequenos equipamentos, dispositivos microfluídicos, o estudo de superfícies e o desenvolvimento de sensores e biossensores eletroquímicos para diversos fins analíticos, com depósito de algumas patentes.
O artigo Electrochemical (Bio)Sensors Enabled by Fused Deposition Modeling-Based 3D Printing: A Guide to Selecting Designs, Printing Parameters, and Post-Treatment Protocols pode ser lido, na íntegra, em https://pubs.acs.org/doi/10.1021/acs.analchem.1c05523 .
Este texto foi originalmente publicado por Agência FAPESP de acordo com a licença Creative Commons CC-BY-NC-ND . Leia o original aqui .
Como citar este texto: Agência FAPESP. Artigo disponibiliza protocolo para produção de equipamentos de laboratório por impressão 3D. Texto de José Tadeu Arantes. Saense. https://saense.com.br/2022/08/artigo-disponibiliza-protocolo-para-producao-de-equipamentos-de-laboratorio-por-impressao-3d/. Publicado em 10 de agosto (2022).