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Artigo descobre alterações moleculares no cérebro e no sangue de pessoas que cometeram suicídio (29 notícias)

Publicado em 24 de janeiro de 2024

Um estudo publicado na revista Psychiatry Research, identificou um conjunto de alterações moleculares presentes no cérebro e no sangue de indivíduos que cometeram suicídio.

De acordo com os cientistas brasileiros, o artigo tinha o intuito do artigo de descobrir fatores de suscetibilidade e potenciais alvos terapêuticos.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) apontou que mais de 700 mil pessoas morrem por suicídio anualmente no mundo. Entre pessoas de 15 a 29 anos, o suicidio representa a quarta principal causa de morte.

“Contudo, apesar do enorme impacto psicológico, social e econômico gerado pelas mortes por suicídio, a identificação do risco é feita apenas com base em entrevistas clínicas. Os mecanismos neurobiológicos associados às alterações comportamentais ainda são pouco elucidados. E esse foi o foco de nosso estudo”, explicou a neurocientista Manuella Kaster, professora da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e coordenadora da pesquisa.

Segundo a Agência Fapesp, a neurocientista explicou que os cientistas analisaram uma grande quantidade de dados, disponíveis na literatura, sobre alterações moleculares encontradas no cérebro e no sangue de indivíduos que cometeram suicídio.

ANÁLISE

As alterações moleculares podem ser interpretadas como “marcadores de risco” e fornecer novas pistas em neurobiologia, formando um importante auxílio às informações levantadas nas entrevistas clínicas.

“Um dado notável observado em diferentes estudos é que muitos indivíduos procuram serviços de saúde no ano anterior à tentativa de suicídio ou ao suicídio. Mas, devido às dificuldades na identificação do risco, não recebem a atenção que poderia evitar o desfecho”, afirma Kaster.

“Essa região do cérebro apresenta uma grande conexão com os centros de controle emocional e de controle de impulsos. É fundamental em processos de flexibilidade comportamental e de tomada de decisão. Alterações em sua estrutura ou função podem ser extremamente relevantes no contexto do comportamento suicida”, explica