Pela primeira vez, saberemos o que acontece ao nível molecular no cérebro de bebês que nasceram com a Síndrome da Zika Congênita. Um artigo 100% brasileiro foi publicado, nesta terça-feira, 9 de junho, na prestigiada revista Science Signaling, da American Association for the Advancement of Science. Assinado por 32 pesquisadores, que fazem parte da Rede Zika e são de várias instituições como Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Instituto Estadual do Cérebro, Butantan e Universidade de São Paulo (USP), o artigo apresenta resultados que explicam por que algumas mães infectadas pelo vírus na gravidez tiveram bebês com microcefalia, enquanto outras não. Os pesquisadores acompanharam mulheres grávidas, de outubro de 2015 a julho de 2016, nos estados do Rio de Janeiro e da Paraíba, e que tinham sido expostas ao vírus da zika. O grupo investigou todas as alterações moleculares que aconteceram no cérebro e sangue de oito bebês que faleceram em virtude da Síndrome da Zika congênita, até 48 horas depois do nascimento. Diferentes metodologias foram aplicadas no estudo como proteômica, transcriptoma e genômica do cérebro. Os resultados mostraram, principalmente, uma redução no colágeno tanto no RNA quanto na proteína, alterações específicas nos neurônios, nos axônios e defeitos de migração neuronal. Além disso, os cérebros desses neonatos tinham alterações associadas à osteogênese imperfeita — uma doença hereditária que prejudica a formação dos ossos e os torna anormalmente frágeis — e à artrogripose, caracterizada por contraturas articulares e fraqueza muscular. Ambas são doenças raras. Segundo os pesquisadores, os achados fornecem informações sobre as alterações moleculares subjacentes no cérebro infectado pelo vírus da Zika e revelam genes hospedeiros associados à suscetibilidade e Síndrome Congênita do Zika vírus. O estudo faz parte da Rede Zika, apoiada pela FAPERJ, e recebeu apoio também do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
Ipea e RedeTec realizam mesa-redonda sobre vacinas e medicamentos contra a Covid-19
A Rede de Tecnologia e Inovação do Rio de Janeiro (RedeTec) e o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) realizam a mesa-redonda virtual "Vacinas e medicamentos em desenvolvimento para a Covid-19" na próxima quarta-feira, 17 de junho, das 17h30 às 19h30. O objetivo é discutir como garantir a disponibilidade de soluções médicas contra a doença no Brasil, no menor tempo possível. Participam do debate o presidente da FAPERJ, Jerson Lima Silva; o secretário de Políticas Públicas para Formação e Ações Estratégicas do Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações (MCTIC), Marcelo Marques Morales; o presidente da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Waldemar Barroso Magno Neto; o presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), Carlos Américo Pacheco, e o presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Evaldo Ferreira Vilela. A apresentação e mediação será da pesquisadora Fernanda de Negri, do Centro de Pesquisa em C&T e do Ipea, e do presidente da RedeTec, Jorge de Paula Costa Ávila, que é pró-reitor de Extensão e Cultura da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio). As inscrições devem ser feitas pelo formulário https://forms.gle/rkAv2QeuWgqhGR8F9