Boa notícia para a ciência na Argentina. Novo programa do presidente Néstor Kirchner destinará cerca de 44 milhões de pesos (cerca de R$ 45 milhões) em auxílios para a aquisição de equipamentos científicos
O objetivo é substituir parte da infra-estrutura de pesquisa no país, que inclui aparelhos que não eram trocados há décadas.
A Argentina não se tornará viável se não aumentar o investimento em C&T, disse Kirchner.
Segundo a agência de notícias SciDev.Net, quase 100 projetos estão sendo atendidos, em áreas como nanotecnologia, biologia molecular e saúde pública, em iniciativa que deverá beneficiar 542 centros de pesquisa.
Os novos equipamentos serão importados da Europa e dos EUA a partir de dezembro. A medida será financiada por um empréstimo feito à Argentina pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
Ainda que apenas 30% dos pedidos por novos equipamentos pendentes tenham sido atendidos pelo novo programa, muitos pesquisadores concordam que a novidade provocará um impacto significativo na ciência do país.
O equipamento que receberemos tornará possível a adoção de grandes mudanças qualitativas em nossos projetos', disse Silvia Moreno de Colonna, da Universidade de Buenos Aires.
A equipe da qual a pesquisadora faz parte deverá receber um espectrômetro de massa com custo estimado em US$ 400 mil.
O novo programa também pretende expandir a possibilidade de fazer pesquisa de ponta além da capital argentina.
Exemplo é o grupo liderado por Jorge Gorodner, do Instituto de Medicina Regional em Resistência, no norte do país, que receberá microscópios eletrônicos, ultra-som portáteis e outros aparelhos em auxílio de US$ 200 mil.
Com os novos equipamentos, a equipe de Gorodner poderá diagnosticar melhor as doenças e analisar como as condições ambientais afetam a saúde humana. 'São os primeiros aparelhos de alto valor que recebemos desde 1970', revela o cientista.
Outro grupo de pesquisa que será beneficiado é liderado pelo biólogo molecular Alejandro Vila, na Universidade de Rosário, com previsão de receber aparelhos de ressonância magnética para uso em pesquisas que levem ao desenvolvimento de novos medicamentos.
Até o momento, o grupo de Vila é obrigado a realizar experimentos com ressonância magnética em outros países, uma vez que não existe na Argentina equipamentos de que necessitam.
'Precisamos ir ao Brasil, à Europa ou aos EUA para fazer nossas pesquisas, o que implica em trabalhos mais demorados e na dificuldade em treinar novos cientistas', disse.
(Agência Fapesp. 8/7)
JC e-mail 2559, de 08 de Julho de 2004.
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