O ministro da Defesa argentino, embaixador Oscar Camillion, revelou ontem em Brasília que existem "conversas confidenciais" entre o Brasil e a Argentina na área de cooperação nuclear. Depois de anunciar o lançamento conjunto de um satélite. Camillion também informou que a Argentina estuda a implantação de um sistema de vigilância semelhante ao Sivam, "mas que será feito com licitação internacional".
Energia nuclear une Brasil e Argentina
LEANDRO FORTES
Ministro argentino diz que seu país já estuda sistema similar a Sivam
BRASÍLIA - O ministro da Defesa argentino, embaixador Oscar Camillion, informou ontem no Senado que "existem conversas confidenciais" na área de cooperação nuclear entre Brasil e Argentina. O ministro não revelou o teor dessas conversas, mas afirmou que os governos dos dois países estão retomando os acordos iniciados em 1980, época em que ele era o embaixador da Argentina no Brasil. Camillion anunciou que, em março, o presidente Fernando Henrique Cardoso irá à Argentina assinar um acordo de cooperação espacial para, no futuro, promover o lançamento conjunto de um satélite.
Oscar Camillion fez questão de frisar que, atualmente, as relações bilaterais de Brasil e Argentina na área de energia nuclear se restringem aos programas de fiscalização mútua, promovidos pela Agência Brasileira-Argentina de Controle Nuclear (Abac). "Copia, mas vigia", brincou o ministro da Defesa, citando uma frase atribuída ao ex-presidente dos Estados Unidos Ronald Reagan. "As relações dos nossos países nesse sentido tem sido muito razoáveis", explicou Camillion.
O ministro argentino fez uma longa palestra sobre o papel das forças armadas no século 21 e a importância da integração também militar dos países do Cone Sul, sobretudo Brasil e Argentina. Oscar Camillion revelou que o governo argentino está querendo implantar um sistema de vigilância no Norte do país, fronteira com o Rio Grande do Sul, similar ao polêmico Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam) projetado pelo Brasil. Mas fez uma ressalva pouco diplomática: "Na Argentina, tudo será feito com licitação internacional pública. A nossa opção política foi a de que ganhe o melhor", afirmou.
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Jornal do Brasil