Após vacinação em massa, Serrana também reduziu casos em menores de 18 anos: "Vacinar os adultos cria uma barreira de proteção para as crianças", diz diretor do Butantan
Revista Crescer - 31/05/2021
O governo paulista anunciou, em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (31/5), que as mortes por covid-19 em Serrana (SP) — cidade que participou do estudo do Instituto Butantan para avaliar a eficácia da Coronavac — caíram 95%. Em relação às internações, houve uma queda de 86%. Já os casos sintomáticos reduziram 80%. Segundo João Doria, governador do Estado, o Projeto S apontou que com 75% de vacinados a pandemia pode ser controlada. "[A vacina] protegeu tanto adultos vacinados como crianças adolescentes não vacinados", disse o governador.
Ricardo Palácios, diretor Médico de Pesquisa Clínica do Instituto Butantan, afirmou que a redução entre os casos entre adultos também foi acompanhada por uma redução dos casos entre crianças. "Vacinar os adultos cria uma barreira de proteção sobre as crianças. Esse dado é extremamente importante para a discussão da retomada das aulas. Nós vemos, a partir desses dados, que não será necessário vacinar todas crianças para poder retomar as atividades escolares, que são tão importantes".
Durante o estudo, 27.722 pessoas foram vacinadas com a primeira dose e 27.160 com a segunda dose. Foram aplicadas 54.882 doses da vacina e houve 67 adversos graves, no entanto, eles não estavam relacionados à vacina.
A comunidade médica também comemorou a divulgação dos dados do projeto. "O estudo mostra a confiança em se vacinar. Com esses dados, tenho certeza que quem é contra a vacina vai reconsiderar. Se vacinar é um bem para todos", disse Sérgio Cimerman, médico infectologista do Hospital Emílio Ribas. Porém, o especialista ressaltou que mesmo com a vacina é necessário manter as medidas preventivas.
Para Rosana Hitchman, médica infectologista do Instituto de infectologia Emílio Ribas, o projeto tem um impacto expressivo na população. "Nesse estudo, nós vemos a proteção do cidadão que foi vacinado e também da população indireta", diz a especialista. Segundo ela, os dados podem dar uma luz para discutir a volta das crianças para as escolas.