Para entender a eficácia das vacinas contra o coronavírus SARS-CoV-2 no mundo real, o Instituto Butantan acompanhou pelos últimos quatro meses a situação epidemiológica da cidade de Serrana, no interior do estado de São Paulo. No município de 54 mil habitantes, ocorreu a primeira vacinação em massa contra a COVID-19 no Brasil, feita com a fórmula CoronaVac. Oficialmente, a iniciativa foi apelida de Projeto S.
Quando se fala em vacinação em massa, a ideia é que a campanha de imunização contra o coronavírus tenha ultrapassado os grupos prioritários, como profissionais de saúde, idosos e pessoas com comorbidades. Fora de Serrana, apenas os grupos com maior risco de complicações são imunizados. Nacionalmente, cerca de 10% dos brasileiros já receberam as duas doses de alguma vacina.
Vacinação em Serrana contra a COVID-19
De acordo com dados obtidos pelo Fantástico, o número de casos sintomáticos da COVID-19 caiu 80% e as internações foram reduzidas em cerca de 86%, após o programa de imunização em massa. Além disso, o número de novos casos caiu de 699, em março, para 251, em abril. Em óbitos, foram de 20 novas mortes para 6, no mesmo intervalo. Após o fim da vacinação, os óbitos caíram para 95%. Em paralelo, 15 cidades vizinhas registraram movimento de alta no número de infectados no mesmo período.
Durante o estudo do Butantan, os números da infecção do coronavírus começaram a cair depois que uma parcela significativa da população recebeu a primeira dose da CoronaVac. Para entender como se deu esse processo da imunização, a cidade foi divida em quatro porções e, quando o terceiro grupo começou a ser vacinado com a primeira dose, o número de transmissão da doença já havia começado a cair. Dessa forma, os pesquisadores estimam que seja necessária a proteção de pelo menos 75% da população contra a COVID-19.
Fonte: Canaltech