Após homenagem, biomédica que ajudou a sequenciar DNA do coronavírus diz que jamais imaginou se tornar uma Barbie
Jaqueline Góes de Jesus, nascida em Salvador, fez parte da equipe responsável pelo sequenciamento genético do novo coronavírus dos primeiros casos de Covid-19 na América Latina. Jaqueline Góes de Jesus (segunda da esquerda à direita) foi homenageada com Barbie cientista
A biomédica baiana Jaqueline Góes de Jesus, de 31 anos, uma das cientistas escolhidas pela fabricantes de brinquedos Mattel para ser homenageada com a boneca Barbie, por seu trabalho na pesquisa sobre o novo coronavírus, comemorou o feito nas redes sociais.
Jaqueline Góes de Jesus, nascida em Salvador, fez parte da equipe responsável pelo sequenciamento genético do novo coronavírus dos primeiros casos de Covid-19 na América Latina.
Nas redes sociais, na tarde desta quarta-feira (4), Jaqueline Góes publicou um vídeo falando sobre a alegria de ter sido homenageada pela Mattel.
“Sou uma Barbie da linha exclusiva que celebra cientistas”, disse a baiana nas redes sociais.
“Que alegria compartilhar com vocês essa linda homenagem que recebi da Mattel no projeto Mulheres Inspiradoras!”.
Após homenagem, biomédica que ajudou a sequenciar DNA do coronavírus diz que jamais imaginou se tornar uma Barbie
A baiana contou que nunca imaginou um dia se tornaria uma Barbie e confessou que ainda processa o momento em que está passando.
“Em toda a minha história, jamais imaginei que me tornariam uma @barbie e confesso que ainda estou processando tudo que está acontecendo”, escreveu nas redes sociais.
Além da baiana, outras cinco cientistas também foram homenageadas com a boneca, entre elas a britânica Sarah Gilbert, que liderou a criação a vacina de Oxford-AstraZeneca.
Representatividade negra
Biomédica falou sobre a representatividade negra
Reprodução / Redes Sociais
A biomédica também comentou que enquanto mulher negra, ser presenteada com uma boneca com as características físicas dela, é um sonho.
“Enquanto mulher negra, ser presenteada com uma boneca Barbie que tem todas as minhas características é simplesmente um sonho… Algo que, até bem pouco tempo, era uma realidade longínqua, para não dizer, inexistente”, afirmou a baiana.
Na publicação, Jaqueline Góes comentou que a homenagem recebido por ela pode inspirar meninas negras a seguir a profissão de cientista, onde mulheres ainda são sub-representadas no mundo.
“Me tornar um modelo para novas gerações é provar que através das oportunidades, o talento e a inteligência podem alcançar e gerar frutos positivos para uma nação”, contou.
Sequenciamento do DNA do coronavírus
Jaqueline Góes de Jesus fez parte da equipe que sequenciou o código genético do coronavírus dos primeiros casos de Covid-19 na América Latina.
Jaqueline Góes de Jesus e seus colegas, sob coordenação da imunologista Ester Cerdeira Sabino, conseguiram sequenciar o genoma do vírus SARS-CoV-2 apenas 48 horas após a confirmação do primeiro caso de covid-19 no Brasil — um tempo abaixo da média mundial, de 15 dias.
Os bastidores e resultados da corrida de cientistas brasileiros para sequenciar coronavírus em tempo recorde
As amostras vieram do primeiro paciente brasileiro infectado pelo novo coronavírus, em 26 de fevereiro de 2020. O sequenciamento permitiu diferenciar o vírus que infectou o paciente brasileiro do genoma identificado em Wuhan, o epicentro da epidemia na China.
As amostras revelaram que este caso estava mais próximo de versões do coronavírus detectadas na Alemanha no fim de janeiro.
Carreira da biomédica
Jaqueline Góes foi homenageada pela Mattel
Reprodução / Redes Sociais
Jaqueline Góes de Jesus vem trilhando uma trajetória de sucesso no campo da biomedicina. Antes de se debruçar sobre a pesquisa do novo coronavírus, ela participou da equipe que sequenciou o genoma do vírus da zika.
A baiana atualmente é pesquisadora bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), em nível de pós-doutorado, no Instituto de Medicina Tropical de São Paulo — Universidade de São Paulo (IMT-USP). Também desenvolve pesquisas na área de arboviroses emergentes.
A cientista é graduada em Biomedicina pela Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, mestre em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PgBSMI) pelo Instituto de Pesquisas Gonçalo Moniz — Fundação Oswaldo Cruz (IGM-FIOCRUZ) e Doutora em Patologia Humana pela Universidade Federal da Bahia em ampla associação com o IGM-FIOCRUZ.
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